Politécnico da Guarda transforma cerejas, pêssegos e mirtilos em suplementos alimentares

16 de Maio 2025

A cereja, o pêssego e o mirtilo vão ajudar a combater a síndrome metabólica, a diabetes tipo 2 e outras doenças crónicas, através de um projeto de investigação que junta o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e uma farmacêutica.

Os três frutos vermelhos endógenos da Beira Interior serão utilizados na produção de suplementos alimentares naturais inovadores, no âmbito do ‘RedSup4Health’, financiado com cerca de 1,1 milhões de euros do FEDER.

Com duração prevista de 36 meses, o projeto é liderado pela farmacêutica Natural Green Biological (NGB), em cooperação com a empresa Cerfundão, e envolve investigadores e laboratórios do Politécnico da Guarda, da Universidade da Beira Interior (UBI) e da Universidade Católica Portuguesa.

O objetivo é aproveitar as propriedades preventivas da cereja do Fundão, do pêssego da Cova da Beira e do mirtilo da Beira Interior, frutos “ricos em compostos bioativos e com reconhecidos efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, antidiabéticos e antiobesidade”, adiantou o Politécnico da Guarda.

Segundo Luís Silva, docente do IPG e responsável pelo projeto, o ‘RedSup4Health’ pretende contribuir para a prevenção e o combate a “um dos principais problemas globais de saúde e bem-estar”.

“A síndrome metabólica está associada a estilos de vida sedentários, a dietas desequilibradas e a fatores ambientais, representando desafios significativos para a saúde pública global”.

O investigador afirmou que o ‘RedSup4Health’ pretende dar resposta “ao preocupante aumento das doenças crónicas, que afetam seis em cada dez pessoas a nível mundial, e promover a valorização económica de produtos locais, com vista à sua comercialização e internacionalização”.

Os suplementos alimentares produzidos vão ser comercializados “em cadeias de valor internacionais e incluídos em soluções de alto valor acrescentado”, acrescentou.

Para Luís Silva, o projeto representa “uma aposta estratégica na bioeconomia regional, promovendo o desenvolvimento sustentável e a saúde pública a partir de soluções de base natural”.

Uma característica também sublinhada por Joaquim Brigas, presidente do Politécnico da Guarda, para quem este projeto pode colocar a Beira Interior “na vanguarda da nutrição funcional e da valorização dos recursos naturais”.

“Este projeto representa um modelo de inovação colaborativa entre empresas, instituições de ensino superior e centros de investigação, com impacto direto na saúde das populações e na dinamização da economia local”, considerou.

Os promotores acreditam que o ‘RedSup4Health’ pode contribuir para a valorização de produtos endógenos, a diversificação económica e a fixação de pessoas nos distritos da Guarda e Castelo Branco.

“Melhorar o acesso da população a produtos de qualidade elevada, impulsionar a economia local através do incremento das vendas e da entrada em novos mercados internacionais, assim como promover a sustentabilidade e circularidade através da utilização de subprodutos e frutos em fase avançada de maturação, sem valor comercial”, são outras metas a alcançar com o ‘RedSup4Health’.

lusa/HN

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