Unidades de medicina física e reabilitação realizaram 68 milhões de atendimentos

17 de Maio 2025

A Associação Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação disse hoje que as unidades que representa "têm vindo a dar uma resposta crescente", sublinhando que realizaram mais de 68 milhões de atendimentos, em 2024.

“Contrariamente ao que se possa pensar não há falta de oferta de prestadores nem unidades de saúde nesta área. Contrariamente às ideias erradas que se procuram passar no espaço público, as unidades de medicina física e reabilitação têm vindo a dar uma resposta crescente”, refere o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (APMFR), Pedro Branco, citado em comunicado.

O dirigente indicou que nos últimos quatro anos o número de atendimentos aumentou nestas unidades, após as declarações do bastonário da Ordem dos fisioterapeutas, António Lopes, em entrevista ao Jornal Económico.

O bastonário disse que em Portugal, “o acesso à fisioterapia a tempo e horas está muito longe de ser para todos” e que essa resposta é possível no setor privado a níveis “caríssimos”, transformando o tratamento num verdadeiro “luxo”, segundo o artigo publicado no Jornal Económico, no dia 11 de maio.

Pedro Branco referiu que “em 2021 as unidades de medicina física e reabilitação (MFR) prestaram 44.703.401 de atos, em 2022 subiu para 52.071.401, em 2023 atingiu 60.082.036 de atos e no ano passado chegou aos 68.240.265 de atos”.

O comunicado da APMFR indica ainda que “é absolutamente falso, enganoso e de má-fé”, mencionar os custos da MFR sem ter em conta que o aumento da despesa na área deve-se ao maior número de atendimentos.

“O aumento do número de atos prestados é a evidência que o regime convencionado, apesar de todas as dificuldades, tem vindo a dar uma resposta clara e crescente à população portuguesa”, refere na nota.

O presidente da associação apontou que a subida na esperança média de vida levou ao aumento de atendimentos, sublinhando que uma população envelhecida precisa de mais cuidados.

O comunicado responde ainda à hipótese de internalizar no SNS a MFR, que “alguns colocam”, indicando que internalizar as unidades de saúde de MFR é criar “uma fonte de despesa totalmente descontrolada, à parte e com regime de exceção dentro do Serviço Nacional de Saúde”, utilizando os meios e os espaços do SNS.

A nota indica que a internalização da MFR vai ter como consequências uma fonte de financiamento muito acima do SNS e do setor convencionado (estabelecimentos e profissionais com um contrato com um sistema de saúde).

Pedro Branco disse ainda que é irrelevante o local onde os pacientes são tratados, seja no setor público, no privado ou no social, destacando que o importante é que os utentes recebam cuidados.

“Em vez de se concentrarem as energias na procura de maior eficácia no encaminhamento de utentes, a tempo e horas, a única preocupação é criar mais um nicho de negócio interno no SNS. Mudar o diapasão e o foco para o utente”, indicou o dirigente.

NR/HN/Lusa

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