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Apenas 6,5% dos portugueses sabem que 90% da diálise é feita por privados

24 de Junho 2025

Oito em cada dez portugueses defendem que o Estado deve apoiar mais as entidades privadas na hemodiálise, mas apenas 6,5% sabem que 90% destes tratamentos são realizados por privados, revela um estudo da ANADIAL.

Oito em cada dez portugueses consideram fundamental que o Estado valorize e apoie as entidades privadas que prestam serviços de hemodiálise, mas o desconhecimento sobre o modelo de prestação destes tratamentos é significativo. Apenas 6,5% da população tem consciência de que 90% da hemodiálise em Portugal é realizada por unidades privadas convencionadas, segundo um estudo promovido pela Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), que assinala este ano quatro décadas de atividade.

O inquérito, conduzido pela Spirituc-Investigação Aplicada, revela ainda que, embora 95% dos portugueses já tenham ouvido falar em hemodiálise, mais de metade reconhece ter um baixo grau de conhecimento sobre a doença renal crónica. Esta patologia afeta quase 10% da população adulta portuguesa e estima-se que, em dez anos, seja a quinta principal causa de morte no país.

Comparando com outras doenças crónicas, a doença renal crónica apresenta menor notoriedade pública. Apenas 17% dos inquiridos referiram espontaneamente doenças associadas ao rim, enquanto patologias como diabetes, hipertensão, obesidade e colesterol elevado são amplamente reconhecidas. Cerca de 75% dizem conhecer ou já ter ouvido falar na doença renal crónica, mas este valor fica aquém das restantes doenças crónicas, com exceção da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (58,7%).

O estudo destaca ainda um desconhecimento preocupante sobre as causas da doença renal crónica: a maioria dos inquiridos associa-a a cálculos renais e doenças do sistema urinário, quando as causas mais comuns são a diabetes e a hipertensão, reconhecidas apenas por 25% a 30% dos participantes.

Apesar destas lacunas, a maioria dos portugueses reconhece a gravidade da doença renal crónica, com 82% a admitir a sua elevada taxa de mortalidade se não for tratada e 74% a identificar impactos significativos na qualidade de vida. Mais de dois terços consideram-na uma doença “bastante grave” e 55% acreditam que pode ser prevenida na maioria dos casos. No entanto, apenas 23% conhecem alguém diagnosticado com esta patologia.

No que respeita à gestão dos centros de diálise, o desconhecimento é evidente: cerca de 25% dos inquiridos pensam que estes centros são geridos exclusivamente pelo Estado, quando na realidade a grande maioria é assegurada por entidades privadas. Este paradoxo entre a notoriedade do tratamento e o desconhecimento do seu funcionamento reforça a necessidade de maior informação e valorização do setor privado no apoio à saúde renal em Portugal.

PR/HN

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