Legenda da imagem: Esquerda: Esquema da ligação do neuroblastoma marcado com fluoresceína com as CAR T. Centro: Imagem de microscopia eletrónica das protocélulas. Direita: Imagem de microscopia confocal de fluorescência das células de neuroblastoma marcadas com fluoresceína (setas brancas). Imagens selecionadas de ACS Appl. Mater. Interfaces 2025, 17, 8, 11937–11945.
Uma equipa multidisciplinar da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), do Hospital Niño Jesús de Madrid e do Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII) desenvolveu um sistema inovador de nanopartículas, denominadas protocélulas, que promete revolucionar o tratamento de tumores sólidos, em particular o neuroblastoma, um dos cancros infantis mais agressivos e difíceis de tratar. Estas protocélulas funcionam como um sistema de navegação para as células CAR T, uma terapia avançada baseada na modificação genética de linfócitos T para atacar células tumorais.
A terapia CAR T, já utilizada com sucesso em leucemias e linfomas, tem tido resultados limitados em tumores sólidos devido à dificuldade das células modificadas em localizar e distinguir as células malignas num ambiente tumoral complexo. As novas protocélulas, desenvolvidas pelo grupo liderado pelo Dr. Alejandro Baeza, da Escola Técnica Superior de Engenharia Aeronáutica e do Espaço da UPM, em colaboração com o Dr. Manuel Ramírez Orellana do Hospital Universitário Niño Jesús e o Dr. Javier García Castro do ISCIII, conseguem acumular-se preferencialmente nas zonas tumorais e marcar seletivamente as células cancerígenas com fluoresceína, uma molécula reconhecida pelas células CAR T.
Em modelos experimentais de neuroblastoma, verificou-se que a administração destas nanopartículas melhora de forma significativa a capacidade das CAR T de identificar e destruir as células tumorais, poupando as células saudáveis. O estudo, publicado na revista ACS Applied Materials & Interfaces, envolveu também os investigadores Jorge Parra-Nieto, Laura Hidalgo, Marta Márquez-Cantudo e Diego Megias.
Os ensaios continuam agora em modelos animais mais avançados, com o objetivo de validar a segurança e eficácia do sistema antes da transição para ensaios clínicos em humanos, o que poderá acontecer dentro de dois a cinco anos. O projeto foi financiado pelo Ministério da Ciência e Inovação de Espanha e pela Associação Pablo Ugarte.
Mais informações podem ser consultadas nos seguintes links:
Referências: Jorge Parra-Nieto, Laura Hidalgo, Marta Márquez-Cantudo, Javier García-Castro, Diego Megias, Manuel Ramírez, Alejandro Baeza. Liposomal-Based Nanoarchitectonics as Bispecific T Cell Engagers in Neuroblastoma Therapy. ACS Applied Materials & InterfacesVol 17/Issue 8, 11937–11945.
NR/HN/ALphaGalileo
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