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Novo estudo revela papel crucial das células endoteliais na estenose da válvula aórtica

29 de Junho 2025

Investigadores das universidades de Bochum e Bona identificaram diferenças fundamentais no desenvolvimento da estenose da válvula aórtica, destacando o papel das células endoteliais e as variações entre válvulas com dois ou três folhetos.

Legenda da imagem: Coloração por imunofluorescência de uma secção de uma válvula aórtica humana com três folhetos. As cores mostram diferentes proteínas marcadas que são importantes para o desenvolvimento da doença. Foto: Systemphysiologie. A imagem só pode ser utilizada no contexto do comunicado de imprensa “Como se desenvolve a estenose da válvula aórtica”, publicado pela RUB a 25 de junho de 2025.

A estenose da válvula aórtica, uma doença comum em pessoas com mais de 60 anos, continua sem tratamento eficaz para travar a calcificação da válvula, sendo a substituição valvular a única solução em casos avançados. Uma equipa de investigadores da Ruhr University Bochum e da University of Bonn, liderada pela Professora Daniela Wenzel, analisou em detalhe válvulas aórticas defeituosas para compreender melhor a origem desta patologia. O estudo, publicado a 25 de junho de 2025 no Journal of the American Heart Association, envolveu também o Departamento de Cirurgia Cardíaca do Hospital Universitário de Bona.

Os investigadores concentraram-se nas células endoteliais, que revestem a válvula aórtica e desempenham funções essenciais na prevenção da formação de coágulos. Utilizando uma técnica inovadora de estampagem a frio, conseguiram isolar e analisar estas células, avaliando a sua permeabilidade e expressão genética. Segundo Adrian Brandtner, doutorando e autor principal do estudo, verificou-se que nas válvulas com três folhetos, a calcificação ocorre predominantemente do lado aórtico, onde o endotélio se revela mais permeável e com maior expressão de genes associados à calcificação. Em contraste, nas válvulas bicúspides (com dois folhetos), a lesão endotelial e a calcificação afetam ambos os lados da válvula de forma semelhante, o que explica o início mais precoce da doença nestes casos.

Os resultados obtidos sugerem que a estenose da válvula aórtica apresenta mecanismos distintos consoante a anatomia da válvula, abrindo caminho para novas abordagens terapêuticas. A equipa espera que, no futuro, seja possível desenvolver medicamentos capazes de travar o avanço da doença numa fase inicial.

Link para o comunicado oficial da Ruhr-Universitaet-Bochum

Referência: Adrian Brandtner, Alexander Brückner, Wilhelm Röll, Farhad Bakhtiary, Bernd K. Fleischmann, Daniela Wenzel: Valvular Endothelial Cell Heterogeneity Reflects Different Pathogenesis of Tricuspid and Bicuspid Aortic Valve Stenosis in Humans, in: Journal of the American Heart Association, 2025, DOI: 10.1161/JAHA.124.040556, https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/JAHA.124.040556

NR/HN/ALphaGalileo

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