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Guilherme Macedo: Diretor do Centro de Treino de Gastrenterologia e Hepatologia da Organização Mundial de Gastrenterologia, Porto; Presidente do Colégio de Especialidade de Hepatologia da Ordem dos Médicos

Porque dedicamos o mês de junho à Saúde Digestiva?

06/30/2025

Sabemos que no mundo atual e à escala planetária, um em cada 3 indivíduos sofre de doenças ou problemas do aparelho digestivo, pelo que todo o cuidado e atenção sobre si tem sempre um relevo e impacto favorável. A Saúde Digestiva passou assim a constituir um património intrínseco da nossa biologia humana que devemos preservar, proteger e desenvolver.

Invariavelmente, pesa sobre os especialistas desta área, a responsabilidade e o desafio de debelar a crescente evidência da importância da oncologia digestiva, tanto mais que, dos cinco tumores malignos digestivos que mais afetam a população no Mundo, responsáveis pela crescente mortalidade oncológica à escala global, é possível estabelecer estratégias de qualidade que façam a adequada prevenção destas entidades. Essas cinco condições oncológicas com que lidamos diariamente – cancro do cólon e reto, cancro do estômago, cancro do pâncreas, cancro do fígado e cancro do esófago – obrigam a reposicionar e a reconfigurar o posicionamento, organização e adequação da nossa prática assistencial gastrenterológica. Daí que permanentemente o nosso quotidiano esteja vocacionado para a sua identificação precoce e atempada, para o seu tratamento (e torná-lo o mais realístico, específico e confortável possível) e sobretudo para a sua prevenção, a tal batalha que desejamos travar a montante, por antecipação, para combater estas situações oncológicas tão importantes na vida dos indivíduos, das suas famílias e das sociedades.

Como corolário destas preocupações surge o perseverante  empenho e capacidade de resposta, como profissionais, para intervir especificamente nessas três dimensões (prevenção, diagnóstico, tratamento), e, para reformulação da vertente formativa, isto é, de ensino e treino que prestamos aos nossos jovens internos da especialidade e desenvolvimento de competências dos próprios especialistas já credenciados, eles que sentem a absoluta necessidade de renovar e expandir conhecimentos em todas estas áreas.  A indústria tecnológica que se dedica à Endoscopia Digestiva tem constituído o nosso braço armado para acesso, caracterização e resolução de muitos destes problemas digestivos, sendo indesmentível que os equipamentos de crescente complexidade, comodidade e capacidade inovativa, transformaram a realidade de vida não só de quem cuida como de quem é cuidado.

Tem sido um dos grandes objetivos dos Gastrenterologistas portugueses, a par da preocupação de apoiar e promover o desenvolvimento das competências nestas áreas profissionais, criar uma onda de consciencialização da população sobre a oncologia digestiva e, conjuntamente com os seus parceiros tecnológicos como a Fujifilm, sensibilizar todos os portugueses para a importância da Saúde Digestiva para o seu bem-estar e qualidade de vida.

O plano de ação tem, assim, um figurino  simples: ir ao encontro e identificar quem padece destes cancros digestivos, tratar adequadamente e em tempo útil quem é acometido por eles, identificar quem os  possa vir a ter e, muito especialmente, evitar que se percorra todo um calvário, para os indivíduos e suas famílias, disponibilizando as mais apetrechadas e desenvolvidas ferramentas endoscópicas  Para nós, o cancro digestivo não é simplesmente o inimigo a combater, é a ameaça que importa antecipar, cercar e derrotar pelas estratégias preventivas. Os especialistas em Saúde Digestiva têm esse desígnio e essa vocação.

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