Logotipo

Jovens com solidão e baixa resiliência enfrentam maior risco de ansiedade e depressão

6 de Julho 2025

Um estudo da NTNU revela que adolescentes que enfrentam solidão e baixa resiliência têm risco significativamente maior de desenvolver ansiedade e depressão na idade adulta, destacando a importância de intervenções precoces e integradas.

Investigadores da Norwegian University of Science and Technology (NTNU) identificaram que a combinação de solidão e baixa resiliência durante a adolescência aumenta de forma significativa o risco de desenvolver ansiedade e depressão na transição para a idade adulta. O estudo, liderado por Nayan Deepak Parlikar, doutoranda no Departamento de Saúde Pública e Enfermagem da NTNU, foi publicado na revista Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology.

Segundo Parlikar, “a nossa equipa de investigação analisou como a solidão na adolescência, tanto isoladamente como em interação com baixa resiliência, afeta a ansiedade e a depressão na idade adulta jovem”. A investigadora sublinha que os adolescentes que experienciam ambos os fatores estão em risco muito superior face a outros grupos.

A resiliência, definida como a capacidade de lidar com o stress, adversidade e desafios emocionais, revelou-se um fator determinante. O estudo comparou grupos de adolescentes com diferentes níveis de resiliência e solidão, concluindo que a combinação de ambos os fatores negativos potencia o risco de sintomas de ansiedade e depressão, mais do que a exposição isolada a cada um.

Parlikar defende que “os profissionais de saúde que trabalham com jovens devem concentrar-se em identificar precocemente indivíduos que apresentem solidão e baixa resiliência, intervindo rapidamente”. Entre as medidas sugeridas estão o rastreio em escolas e serviços de saúde, bem como a implementação de programas que promovam competências sociais e reforcem a resiliência.

A adaptação de terapias cognitivo-comportamentais (TCC) e outras abordagens terapêuticas para abordar simultaneamente a solidão e a baixa resiliência é recomendada. Parlikar acrescenta que “os terapeutas devem estar atentos ao risco acrescido quando estes fatores se combinam, sendo importante formação específica para identificar jovens com baixa resiliência”.

A terapia de grupo surge como uma estratégia eficaz para fortalecer redes sociais e reduzir a solidão, enquanto o envolvimento familiar pode contribuir para aumentar a resiliência. No entanto, Parlikar reconhece que o rastreio individualizado pode ser dispendioso, sugerindo que a melhor abordagem poderá passar por intervenções universais em ambiente escolar, sem descurar o apoio a casos mais vulneráveis.

Unni Karin Moksnes, professora no mesmo departamento da NTNU e supervisora do estudo, destaca a importância da colaboração entre escolas, clubes e comunidades para prevenir a solidão e a exclusão, criando ambientes seguros e inclusivos. “O sentimento de pertença tem um impacto enorme na saúde e qualidade de vida de crianças e adolescentes”, afirma Moksnes, sublinhando o papel central da escola na promoção do bem-estar, aprendizagem e saúde mental.

A aposta em iniciativas de promoção da saúde mental entre crianças e jovens traz benefícios a curto e longo prazo, podendo reduzir o abandono escolar, aumentar a participação no mercado de trabalho e diminuir os casos de doença mental, representando um investimento valioso para a sociedade.

Mais informações e acesso ao estudo:
https://norwegianscitechnews.com/2025/07/certain-young-people-more-prone-to-anxiety-and-depression/

NR/HN/AlphaGalileo

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights