Moita critica fecho da urgência de obstetrícia no Barreiro e exige compromisso com SNS

11 de Julho 2025

A Câmara da Moita exigiu esta quinta feira ao Governo “um compromisso sério com o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na Península de Setúbal, face ao encerramento, durante dez dias, da urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro.

“Exigimos transparência no planeamento e comunicação por parte das autoridades de saúde, bem como um compromisso sério com o reforço do Serviço Nacional de Saúde na nossa região da Península de Setúbal”, lê-se numa nota publicada na página oficial do município na internet.

“Estaremos ao lado da população, dos profissionais de saúde e dos restantes municípios da região, na defesa intransigente do direito à saúde e na exigência de respostas dignas para as nossas comunidades”, acrescenta a autarquia.

A tomada de posição da Câmara da Moita, de maioria PS, surge na sequência do anunciado encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro por dez dias, o que penaliza as grávidas dos quatro concelhos da área de influência daquela unidade hospitalar, Barreiro, Moita, Alcochete e Montijo, todos no distrito de Setúbal.

Entrevistada na quarta-feira na SIC, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou que o Hospital Garcia de Orta vai concentrar a resposta de urgência de obstetrícia na região de Setúbal 24 horas por dia, a partir de setembro, com o reforço de médicos que estavam no privado e que vão integrar o SNS.

No concelho de Alcochete, os eleitos do PS, na Câmara Municipal também divulgaram hoje uma moção política em que consideram o encerramento temporário da urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro como uma “grave decisão que põe em causa a saúde e a segurança das mulheres e das famílias da região”.

“Este hospital é o principal ponto de referência para os concelhos da Margem Sul, incluindo Alcochete. O seu encerramento, mesmo que temporário, obriga as grávidas em situação de urgência a serem encaminhadas para outras unidades, que já se encontram sobrecarregadas”, sustenta a moção dos eleitos da maioria PS na Câmara Municipal de Alcochete.

“Falamos de mulheres que podem estar em trabalho de parto, em situações críticas, e que terão de percorrer mais quilómetros, esperar mais tempo e enfrentar mais riscos”, acrescentam, considerando que a resposta da tutela “não é aceitável” e “não pode continuar a ser o silêncio ou a normalização do desinvestimento” na saúde na Península de Setúbal.

Nesse sentido, os socialistas de Alcochete exigem ao Governo” o imediato reforço de recursos humanos nas urgências de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital do Barreiro, de forma a garantir o seu funcionamento pleno e contínuo” e a “reavaliação urgente da rede hospitalar da Península de Setúbal, envolvendo os municípios, para pôr fim à precariedade dos cuidados hospitalares na região”.

Defendem ainda que o Ministério da Saúde deve assumir a responsabilidade política pelo encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro, apresentar “soluções imediatas e sustentáveis” e “garantir o transporte atempado e seguro das grávidas para as unidades hospitalares de retaguarda durante o período de encerramento”.

“O respeito e proteção da saúde materna como um direito humano fundamental, não pode ser suspenso por conveniências administrativas ou falta de vontade política”, conclui a moção política dos eleitos do PS na Câmara Municipal de Alcochete.

lusa/HN

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