Câmara e Juntas exigem reabertura de extensões de saúde no concelho da Guarda

14 de Julho 2025

A Câmara da Guarda e nove Juntas de Freguesia exigiram hoje uma resposta urgente da Unidade Local de Saúde (ULS) e do Ministério da Saúde ao fecho de várias extensões de saúde no concelho.

“O encerramento das extensões de saúde nas freguesias do Porto da Carne e Rochoso-Monte Margarida, e a degradação dos serviços em Vila Fernando e Castanheira representam um grave retrocesso na garantia de um direito fundamental consagrado na Constituição da República Portuguesa: o acesso à saúde”, alertou a Câmara numa nota enviada à agência Lusa.

A tomada de posição envolve, além do município, as Juntas de Castanheira, Cavadoude, Porto da Carne, Pousade-Albardo, Vila Fernando, Vila Garcia, Rochoso-Monte Margarida, Vila Cortês do Mondego e Sobral da Serra.

Esta “profunda preocupação” pela situação já foi dada a conhecer ao Conselho de Administração da ULS da Guarda e surge do “legítimo apelo das populações que, diariamente, enfrentam dificuldades reais no acesso a cuidados de saúde, num território vasto, com população envelhecida, recursos limitados e mobilidade reduzida”.

“Não pedimos mais do que aquilo que nos é devido. O acesso à saúde é um direito e não pode ser negado às populações do interior”, afirmou o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, que subscreve o apelo conjunto.

Os subscritores reclamam a reabertura imediata destes serviços, que consideram ser “uma alavanca fundamental para a fixação de jovens e famílias no concelho”.

Os autarcas alertam, ainda, para “a urgência de se atender à realidade concreta do território e evitar soluções padronizadas que penalizam os territórios mais frágeis”.

A Câmara da Guarda e as nove Juntas de Freguesia afetadas avisam que não vão “baixar os braços” até que seja reposta “a justiça social e territorial para os habitantes destas localidades”.

Este apelo “sério e solidário, que exige ação e compromisso”, decorre também de várias moções aprovadas na Assembleia Municipal sobre o assunto.

lusa/HN

1 Comment

  1. Maria Marques

    Olá isto das extensões de saúde vai acabar. Os recursos de saúde são esgotáveis e por isso têm de ser centralizados. As juntas de freguesia é que têm de arregaçar as mangas e disponibilizar transporte às pessoas que necessitam de cuidados de saúde. Senão um dia o SNS acaba e é para todos. Falo de uma situação em concreto, em que num horário de 7 horas de trabalho os profissionais de saúde trabalham cerca de 3 horas para atenderem cerca de 15 pessoas e o resto é em viagem. Isto é rentabilização de recursos?? Por favor acabem com este retrocesso no SNS, temos de centralizar para rentabilizar os escassos recursos e a acessibilidade tem de ser feita pelas Juntas de Freguesia. Tenham paciência as aldeias estão a ficar desertificadas e as pessoas têm melhores cuidados de saúde não em Polos assistenciais em que muitas vezes não há médico, mas em UCSPs (em extinção) ou USF em que estão as equipas multidisciplinares a trabalhar em conjunto (médico, enfermeiro e assistente técnico).

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