Associação de Médicos Independentes propõe soluções para 1,6 milhões sem Médico de Família

15 de Julho 2025

A APMF reúne esta terça-feira com a ministra Ana Paula Martins para propor a integração de médicos privados no combate à falta de médicos de família. Soluções incluem requisição de exames pelo SNS e USFs Modelo C.

A Associação Portuguesa de Médicos de Família Independentes (APMF) reúne esta terça-feira, 15 de julho, às 10h, com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins. A audiência, solicitada pelo presidente da APMF, António Alvim, visa discutir propostas para resolver a crise de mais de 1,6 milhões de cidadãos sem médico de família em Portugal.

A associação, registada no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social após assembleia constituinte em 22 de maio, defende que a solução passa pela colaboração com médicos de família privados, cuja rede cobre todo o território nacional. Entre as medidas prioritárias destacam-se:

  1. Requisição de exames complementares de diagnóstico (MCDTs) pelo SNS para pacientes sem médico de família ou que optem por um médico privado;

  2. Implementação de USF Modelo C (Unidades de Saúde Familiar) geridas por médicos independentes;

  3. Celebração de convenções de Medicina Geral e Familiar com o SNS.

A APMF argumenta que a atual situação, em que alguns cidadãos têm dois médicos (público e privado) enquanto outros não têm nenhum, é insustentável. A associação propõe que pacientes que escolham um médico privado libertem a vaga no SNS para quem não tem acesso.

A direção da APMF, liderada por António Maria Trigueiros de Sousa Alvim (presidente), inclui Albino Alberto Rodrigues da Costa (vice-presidente), Joaquim Miranda Rocha Lopes (tesoureiro) e os vogais José Augusto Rodrigues Simões, Helena Maria dos Santos Gonçalves Martins Nunes e Fernando Manuel Lopes Zenha.

Além do Ministério da Saúde, a APMF solicitará audiência ao presidente da Ordem dos Médicos, ao Fórum Médico e a grupos parlamentares, reforçando o seu papel como “parceiro social” na definição de políticas de saúde. Os estatutos da associação (Artigo 3º) priorizam a articulação entre o setor privado e o SNS, negociação com subsistemas/seguros, e promoção da liberdade de escolha do médico de família.

PR/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Tempestade Cláudia obriga a medidas de precaução na Madeira

A depressão Cláudia, estacionária a sudoeste das ilhas britânicas, vai afetar o arquipélago da Madeira com ventos fortes, aguaceiros e agitação marítima significativa. As autoridades regionais de Proteção Civil emitiram recomendações para minimizar riscos, incluindo a desobstrução de sistemas de drenagem e evitar zonas costeiras e arborizadas

Carina de Sousa Raposo: “Tratar a dor é investir em dignidade humana, produtividade e economia social”

No Dia Nacional de Luta contra a Dor, a Health News conversou em exclusivo com Carina de Sousa Raposo, do Comité Executivo da SIP PT. Com 37% da população adulta a viver com dor crónica, o balanço do seu reconhecimento em Portugal é ambíguo: fomos pioneiros, mas a resposta atual permanece fragmentada. A campanha “Juntos pela Mudança” exige um Plano Nacional com metas, financiamento e uma visão interministerial. O principal obstáculo? A invisibilidade institucional da dor. Tratá-la é investir em dignidade humana, produtividade e economia social

Genéricos Facilitam Acesso e Economizam 62 Milhões ao SNS em 2025

A utilização de medicamentos genéricos orais para o tratamento da diabetes permitiu uma poupança de 1,4 mil milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos 15 anos. Só em 2025, a poupança ultrapassou os 62 milhões de euros, segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Medicamentos pela Equidade em Saúde (Equalmed) no Dia Mundial da Diabetes.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights