Consulta de enfermagem reduz ansiedade pré-operatória

18 de Julho 2025

Estudo da ESEnfC comprova: consulta de enfermagem pré-operatória reduz ansiedade em 37 pacientes e eleva seus conhecimentos. Modelo inclui sessão presencial e telefónica, otimizando recursos e eficiência hospitalar, afirma o investigador Marco António Gonçalves.

Marco António Rodrigues Gonçalves

Um estudo de doutoramento realizado por Marco António Rodrigues Gonçalves, professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), demonstra que a consulta de enfermagem pré-operatória reduz significativamente a ansiedade em pacientes agendados para cirurgia e amplia seus conhecimentos sobre o processo. A investigação, implementada num grande hospital da região Centro, envolveu 37 utentes em pré-operatório de cirurgia geral programada.

Os resultados revelaram que a ansiedade diminuiu de uma média de 37,76 pontos (numa escala de avaliação) antes da consulta para 30,92 pontos após a intervenção. No momento do internamento, registou-se ligeira subida (34,47 pontos), ainda assim inferior ao nível inicial. Quanto ao conhecimento dos utentes, a média subiu de 10,84 para 33,74 pontos após a consulta, mantendo-se alta no internamento.

A intervenção consistiu numa consulta presencial (45 minutos, na semana anterior à cirurgia) e outra telefónica (véspera do internamento). Marco António Gonçalves destacou que os utentes se mostraram “mais calmos e consequentemente mais envolvidos na preparação para a cirurgia”, com conhecimento ampliado sobre cuidados perioperatórios. Foram utilizados um vídeo demonstrativo do percurso cirúrgico e um folheto informativo durante a consulta.

O docente sublinhou ainda que este modelo validado “contribui para a otimização dos recursos, redução de custos e melhoria da eficiência dos serviços de saúde”, ao potencialmente diminuir complicações pós-operatórias e tempo de internamento. A tese, intitulada “Construção e implementação de um modelo de consulta de enfermagem no pré-operatório de cirurgia geral programada”, foi apresentada a 7 de julho no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

PR/HN

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