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O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo sublinhou esta quinta-feira a necessidade de preservar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), alertando que “não afundar o modelo público” é essencial para combater desigualdades e garantir saúde universal. As declarações foram feitas aos jornalistas no concelho de Sintra, após ser recebido pelo presidente da câmara Basílio Horta e antes de visitar as instalações do novo hospital local.
O almirante na reserva, antigo coordenador da task force de vacinação contra a covid-19, argumentou que o problema da saúde portuguesa não reside na falta de recursos — “duplicámos nos últimos dez anos recursos financeiros” — mas em falhas organizacionais e na concorrência entre setores público e privado. “O modelo público é o único que garante acesso universal e combate efetivo às assimetrias”, insistiu, acrescentando: “Não estou contra o privado, mas o público deve ser a âncora”.
Questionado sobre como um Presidente da República poderia influenciar políticas de saúde, Gouveia e Melo defendeu discrição: “Esses problemas resolvem-se no segredo dos gabinetes”. Rejeitou comentar a permanência da ministra da Saúde face às críticas, sustentando que o chefe de Estado deve dialogar “de forma reservada” com o primeiro-ministro, por serem “assuntos que interessam ao Estado”.
Sobre as preocupações dos portugueses, o candidato identificou a saúde, a habitação e a imigração como prioridades, defendendo que a Presidência deve ser “paladina dos problemas sentidos pela população”.
Quanto às sondagens eleitorais, que recentemente lhe atribuíram resultados díspares, manteve ceticismo: “A única que interessa é a votação de janeiro de 2026”. Sobre a fragmentação de candidaturas à direita, desvalorizou impactos na sua campanha: “O meu posicionamento é ao centro. Não me preocupa a direita partida”.
NR/HN/Lusa



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