AlbiMoz denuncia uso de órgãos de albinos em rituais e pede ação urgente a Chapo

25 de Julho 2025

A AlbiMoz alerta para raptos contínuos de albinos em Moçambique para rituais, ligando a violência a habitações rurais inseguras. Associação pede a Chapo casas protegidas, óculos e protetores solares no SNS, além de dermatologistas.

A Associação de Apoio a Albinos de Moçambique (AlbiMoz) denunciou hoje a persistência de raptos de pessoas com albinismo para fins supersticiosos, exigindo medidas urgentes ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo. Durante encontro em Maputo, Cristiano Carlos Cumbane, delegado regional Centro e Norte da AlbiMoz, destacou que as habitações precárias em zonas rurais facilitam os ataques.

“As habitações no meio rural não oferecem segurança”, afirmou Cumbane, frisando que as vítimas são posteriormente esquartejadas e os órgãos genitais retirados para “fins obscuros”. O Presidente Chapo reconheceu a gravidade do problema, comprometendo-se a apoiar projetos prioritários “dentro das limitações financeiras”.

Para combater a onda de violência, a AlbiMoz avança com duas iniciativas: “Albinismo com Dignidade”, que mapeia zonas de risco, e “Casa Segura”, que prevê a construção de 100 habitações seguras. A associação busca parceiros para financiamento.

Paralelamente, a organização pediu ao Governo que disponibilize óculos e protetores solares no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Estes acessórios não estão disponíveis no sistema público”, alertou Cumbane, sublinhando a falta de dermatologistas em áreas rurais, onde reside a maioria dos albinos.

O apelo surge após o Governo moçambicano admitir, em junho, “estigmas profundos” contra esta população, incluindo mutilações e exclusão social. Dados da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) revelam que, desde 2014, pelo menos 114 pessoas com albinismo desapareceram em circunstâncias não esclarecidas.

NR/HN/Lusa

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