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A agência de saúde pública da União Africana (UA) advertiu que o continente enfrenta uma escassez crítica de vacinas contra o mpox, mesmo com a redução global de casos e mortes. A declaração foi feita pelo subdiretor dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), Yap Boum, durante uma conferência de imprensa virtual a partir de Adis Abeba.
“Globalmente, continuamos a ver um declínio no número de casos confirmados e suspeitos”, afirmou Boum. Dados oficiais indicam que, desde janeiro de 2024, 27 países africanos registaram 168.856 casos suspeitos (47.297 confirmados) e 1.894 mortes (221 confirmadas), após o primeiro caso detetado na Gâmbia.
Apesar desta tendência descendente, o CDC África mantém-se em alerta devido ao aumento de casos no Quénia, Libéria, Nigéria, Gana e Guiné nos últimos seis meses. “Este é realmente o momento de mobilizar todos os recursos para controlar os surtos nestes países”, sublinhou o microbiologista.
Boum destacou que, embora a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic disponha de 800 mil doses — metade já reservada para África pelo UNICEF —, não existem fundos para a sua aquisição. O alerta surge após denúncias de que centenas de milhares de vacinas prometidas pelos EUA ao continente expiraram antes da entrega, restando apenas 220 mil doses válidas.
O CDC África estima serem necessárias 3,4 milhões de doses adicionais para combater a doença, somadas às 3,1 milhões já enviadas. Mais de 873 mil pessoas foram vacinadas até agora, mas Boum lamentou: “A vacina está disponível. O que falta são fundos”. Apelou a doações de países com reservas de emergência, como Espanha.
O mpox, declarado emergência de saúde pública continental pela UA em agosto de 2024 e mantido em alerta internacional pela OMS, causa sintomas como erupções cutâneas dolorosas, febre e inchaço de gânglios.
NR/HN/Lusa



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