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O Exército israelita confirmou hoje a retomada imediata de lançamentos aéreos de ajuda humanitária sobre a Faixa de Gaza, após forte pressão internacional devido ao agravamento da crise no enclave. A prática, suspensa após críticas de organizações humanitárias, será realizada em coordenação com a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos.
A COGAT (Coordenação de Atividades do Governo nos Territórios), administração israelita nos territórios palestinianos ocupados, formalizou a autorização, indicando que as primeiras operações poderão ocorrer ainda esta sexta-feira. Fontes militares citadas pelo Times of Israel reforçaram a urgência da medida.
Esta modalidade de entrega, usada apenas uma vez desde o início da guerra em outubro de 2023, reacendeu polémicas após incidentes fatais. Em março passado, pelo menos cinco palestinianos morreram esmagados por cargas devido a falhas em paraquedas, segundo denúncias de ONGs e serviços médicos locais. Organizações como a Save the Children alertaram repetidamente que os lançamentos aéreos são “caros, ineficazes e desviam a atenção da solução real”: um cessar-fogo imediato e acesso humanitário irrestrito por todas as passagens de Gaza.
A decisão surge num contexto de colapso humanitário extremo. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, reportou na quinta-feira 59.587 mortos e 143.498 feridos desde o início da ofensiva israelita, incluindo 115 óbitos por fome. A guerra foi desencadeada pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que mataram cerca de 1.200 israelitas e levaram a centenas de reféns. O bloqueio israelita à ajuda terrestre destruiu infraestruturas e deslocou massivamente a população.
A Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, que já efetuaram lançamentos em 2024, insistem que a catástrofe humanitária exige medidas excecionais. Contudo, a Save the Children reiterou que apenas um cessar-fogo permanente e acesso seguro garantem ajuda eficaz.
NR/HN/Lusa



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