SEP responsabiliza Governo por falta de enfermeiros no INEM

26 de Julho 2025

Sindicato dos Enfermeiros acusa Governo de bloquear contratações no INEM, agravando carências. Falta de profissionais paralisa ambulâncias de Suporte Imediato de Vida e novos meios de socorro. Reunião urgente pedida

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) atribuiu ao Governo a responsabilidade pela escassez de enfermeiros no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Rui Marroni, dirigente sindical, afirmou à Lusa que a situação se degradou desde que o instituto passou para a dependência direta da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

O executivo “não autoriza o preenchimento das 34 vagas disponíveis no mapa de pessoal”, declarou Marroni, sublinhando que o volume de trabalho extraordinário disparou devido à indisponibilidade de profissionais. A carência, transversal a todas as unidades operacionais, compromete a operacionalidade das Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) e dos Centros de Atendimento de Doentes Urgentes (CODU), além de impedir a abertura de novos meios de socorro.

Marroni citou o caso concreto da SIV de Estremoz (Évora), inoperacional durante horas em junho por falta de enfermeiro, situação que se repete “noutras localidades”. Criticou ainda a gestão ministerial: “A ministra não só não resolve, como agravou os problemas ao centralizar competências. Prometeu dedicar 70% do seu tempo ao INEM, mas a situação deteriora-se”. Apontou como exemplo o atraso no pagamento de horas extraordinárias, atribuindo-o à retirada de poderes do conselho diretivo do INEM por parte de Ana Paula Martins.

A decisão de colocar o INEM sob tutela direta da ministra, anunciada em novembro de 2024, visava responder ao “alarme social” após greves dos técnicos de emergência. O Governo planeia a “refundação” do instituto, prevista no Programa como transformação numa Autoridade Nacional de Emergência Médica, com alterações no modelo jurídico, operativo e de gestão. Uma comissão técnica independente, criada no início de 2025, prepara proposta de reorganização.

O SEP já solicitou uma reunião urgente com os responsáveis governamentais para abordar a crise.

NR/HN/Lusa

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