Ecologistas pedem a Macron para evitar destruição de contracetivos pelos EUA

27 de Julho 2025

Ecologistas enviaram hoje uma carta aberta ao Presidente francês a pedir que intervenha urgentemente para impedir a destruição planeada pelos Estados Unidos de contracetivos femininos armazenados na Bélgica, que podem ser incinerados em França.

Estes contracetivos, implantes, dispositivos intrauterinos (DIU), avaliados em 9,7 milhões de dólares (cerca de 8,3 mil milhões de euros), destinam-se a “países de baixo e médio rendimento como parte dos programas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional” (USAID), desmantelada pela administração de Donald Trump, escreveram na carta, à qual a agência de notícias France-Presse (AFP) teve acesso e que conta com a assinatura da líder do Partido Verde, Marine Tondelier, e por vários parlamentares.

Esta decisão norte-americana é “uma afronta aos princípios fundamentais de solidariedade, saúde pública e direitos sexuais e reprodutivos que a França se comprometeu a defender”, acrescentaram, instando Emmanuel Macron a “não ser cúmplice, mesmo indiretamente, de políticas retrógradas”.

“Cortar na ajuda aos contracetivos é uma vergonha, destruir produtos que já foram fabricados e financiados é ainda mais inacreditável”, disse Marine Tondelier à AFP.

Os ecologistas apelaram ao Presidente, “no âmbito de uma iniciativa conjunta com a Comissão Europeia”, para que solicite a suspensão desta destruição. Querem também que apoie explicitamente as organizações humanitárias que se mostraram disponíveis “para redistribuir estes contracetivos”.

A administração de Donald Trump admitiu recentemente ter destruído toneladas de alimentos destinados a crianças subnutridas por estarem fora de prazo.

Estes incidentes ocorreram numa altura em que os Estados Unidos estão a reduzir drasticamente a ajuda internacional, com o Congresso a cortar ajuda, a 18 de julho, principalmente para utilização no estrangeiro.

A administração Trump também fechou a USAID, despedindo milhares de funcionários, e eliminou uma série de programas que promoviam o planeamento familiar e o aborto.

lusa/HN

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