Cancro do Pulmão mata 12 portugueses por dia, mas avanços terapêuticos trazem esperança

28 de Julho 2025

Portugal regista diariamente 14 novos casos de cancro do pulmão e 12 óbitos causados pela doença. Em 2023, esta patologia causou 4.490 mortes, um número recorde que preocupa especialistas, mas os avanços terapêuticos oferecem nova esperança

O Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) assinala o Dia Mundial do Cancro do Pulmão, celebrado a 1 de agosto, alertando para a realidade preocupante desta doença em Portugal, mas também destacando os progressos significativos no seu tratamento.

A região Norte do país concentra 36% da mortalidade associada a esta patologia, que continua a ter no tabaco o seu principal fator de risco, sendo responsável por 80 a 85% dos casos diagnosticados. O aumento do tabagismo entre as mulheres e o início precoce do consumo têm contribuído para o crescimento alarmante da mortalidade feminina nos últimos anos.

Daniela Madama, membro da Comissão Científica do GECP, destaca que a medicina de precisão revolucionou o tratamento do cancro do pulmão, permitindo terapêuticas mais eficazes e menos agressivas. “Atualmente, conseguimos oferecer opções de tratamento personalizadas, ajustadas às características biológicas de cada tumor, e isso está a ter um impacto real na redução da mortalidade e na qualidade de vida dos doentes”, afirma a especialista.

Os avanços terapêuticos têm demonstrado resultados positivos: nos últimos 20 anos, a mortalidade prematura associada ao cancro do pulmão em Portugal diminuiu de 37,3% em 2003 para 27,7% em 2023, considerando pessoas com menos de 65 anos.

O GECP celebra também o avanço recente de dois projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão, uma iniciativa há muito aguardada pela comunidade médica. Para assinalar a data, o grupo disponibiliza nas suas redes sociais o vídeo “O Cancro do Pulmão em Portugal”, que além de alertar para a realidade da doença, transmite uma mensagem de esperança face aos avanços nos tratamentos.

Em 2022, Portugal registou mais de 5 mil novos casos de cancro do pulmão, sendo a terceira neoplasia mais frequente no país e a principal causa de morte por doença oncológica, tendo provocado 5.077 óbitos nesse ano.

PR/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SIM defende transição faseada para vínculos estáveis no SNS

O Sindicato Independente dos Médicos afasta a possibilidade de convocar uma greve sobre o regime dos tarefeiros, reconhecendo o seu papel no SNS. A estrutura sindical alerta, no entanto, para o precedente perigoso de negociar com estes prestadores sem enquadramento legal, defendendo antes medidas que tornem a carreira hospitalar mais atrativa face a uma despesa que ronda os 300 milhões de euros anuais

Tempestade Cláudia obriga a medidas de precaução na Madeira

A depressão Cláudia, estacionária a sudoeste das ilhas britânicas, vai afetar o arquipélago da Madeira com ventos fortes, aguaceiros e agitação marítima significativa. As autoridades regionais de Proteção Civil emitiram recomendações para minimizar riscos, incluindo a desobstrução de sistemas de drenagem e evitar zonas costeiras e arborizadas

Carina de Sousa Raposo: “Tratar a dor é investir em dignidade humana, produtividade e economia social”

No Dia Nacional de Luta contra a Dor, a Health News conversou em exclusivo com Carina de Sousa Raposo, do Comité Executivo da SIP PT. Com 37% da população adulta a viver com dor crónica, o balanço do seu reconhecimento em Portugal é ambíguo: fomos pioneiros, mas a resposta atual permanece fragmentada. A campanha “Juntos pela Mudança” exige um Plano Nacional com metas, financiamento e uma visão interministerial. O principal obstáculo? A invisibilidade institucional da dor. Tratá-la é investir em dignidade humana, produtividade e economia social

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights