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O Ministério da Saúde de Moçambique anunciou um reforço significativo da vigilância sanitária nas suas fronteiras, implementando equipas dedicadas ao rastreio e testagem da mpox. A medida surge na sequência da confirmação de 17 casos positivos e 92 suspeitos da doença no país, com particular incidência na província do Niassa.
O diretor Nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, esclareceu que, apesar da situação, não existem restrições à circulação de pessoas e bens. No entanto, reconheceu os desafios inerentes ao controlo fronteiriço, destacando a existência de diversos pontos de passagem informais que dificultam a monitorização efetiva.
O foco do atual surto localiza-se no distrito de Lago, província do Niassa, região que faz fronteira com o Malawi e a Tanzânia. Os 17 casos confirmados encontram-se em situação estável, sob vigilância médica em isolamento domiciliário, com um período de acompanhamento previsto de 21 dias.
A distribuição geográfica dos 92 casos suspeitos apresenta maior concentração no Niassa, com 57 casos, seguindo-se Tete com oito, Maputo (cidade e província) com 14, Manica com quatro, Zambézia e Cabo Delgado com três cada, Nampula com dois e Sofala com um caso.
Relativamente à vacinação, as autoridades moçambicanas mantêm-se vigilantes, preparando um eventual pedido de vacinas, condicionado à evolução da situação epidemiológica e à disponibilidade global. Fernandes sublinhou que a vacinação em massa não é a abordagem recomendada para este cenário, especialmente considerando a escassez de vacinas a nível mundial.
O país dispõe atualmente de uma capacidade de testagem significativa, com 4.000 testes disponíveis e mil reagentes para identificação de estirpes em casos positivos, representando uma evolução notável desde o primeiro caso registado em outubro de 2022, em Maputo.
Este surto enquadra-se num contexto mais amplo que afeta a África austral, onde desde o início do ano foram notificados 77.458 casos e 501 óbitos em 22 países, conforme dados recentes. A União Africana já manifestou preocupação quanto à escassez de vacinas no continente, apesar da tendência decrescente no número de casos e mortes.



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