DGS atualiza estratégia nacional de vacinação contra Hepatite A face ao aumento de casos

2 de Agosto 2025

A Direção-Geral da Saúde implementou uma nova estratégia de imunização contra a Hepatite A, após registar 504 casos entre janeiro e maio de 2025. O plano visa reduzir a incidência da doença e garantir proteção aos grupos de risco

A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou uma atualização à estratégia nacional de imunização contra a Hepatite A, em resposta ao aumento significativo de casos registados em Portugal. O documento, publicado a 1 de agosto, surge após a notificação de 504 casos entre janeiro e maio de 2025, um número que acompanha a tendência verificada noutros países europeus.

A nova estratégia estabelece um conjunto de medidas que visam não só diminuir a incidência da doença, como também reduzir a morbilidade e mortalidade associadas à infeção, com particular atenção aos grupos considerados vulneráveis ou com maior risco de exposição.

A Direção-Geral da Saúde, sublinha que a vacinação continua a ser gratuita em contextos de pré e pós-exposição, incluindo situações de controlo de surtos. No âmbito do Programa Nacional de Vacinação (PNV), a vacina mantém-se sem custos para situações especiais devidamente identificadas.

A norma agora publicada, desenvolvida com base nas recomendações da Comissão Técnica da Vacinação (CTV) e no atual contexto epidemiológico, introduz uma novidade significativa: a possibilidade de “vacinação autoproposta”. Este mecanismo permite que pessoas que se considerem em risco possam contactar diretamente um ponto de vacinação, embora sujeitas a uma avaliação prévia por profissionais de saúde.

Para viajantes, a vacina continua disponível mediante prescrição médica nas farmácias comunitárias. Em casos específicos, quando a vacina estiver indisponível ou contraindicada, pode ser considerada a administração de imunoglobulina humana normal, sujeita a prescrição médica e consentimento informado.

A DGS recomenda que a vacinação pós-exposição seja administrada preferencialmente nos primeiros 14 dias após o contacto com o vírus. A doença, que não tem forma crónica e confere imunidade vitalícia após a infeção, manifesta-se frequentemente de forma assintomática em crianças menores de 5 anos, mas pode apresentar sintomas mais severos em adultos, incluindo febre, mal-estar, dor abdominal e icterícia.

A atualização desta estratégia representa um esforço coordenado das autoridades de saúde para controlar a transmissão do vírus da Hepatite A em Portugal, alinhando-se com as diretrizes europeias de prevenção e controlo da doença.

NR/HN/Lusa

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