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Um estudo do Karolinska Institutet e da Universidade de Southampton, publicado no BMJ, revela que indivíduos medicados para Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (TDAH) apresentam risco significativamente menor de tentativas de suicídio, abuso de substâncias, criminalidade e acidentes rodoviários face a não medicados. A investigação, que analisou dados de 150.000 pessoas (6-64 anos) com diagnóstico recente de TDAH nos registos nacionais suecos (2007-2020), demonstrou reduções concretas: 17% nas tentativas de suicídio, 15% no abuso de substâncias, 12% nos acidentes rodoiários e 13% em casos de criminalidade. Em subgrupos com histórico prévio de comportamentos de risco, as quedas atingiram 25% no abuso de substâncias e criminalidade.
Dos participantes (idade média 17 anos; 41% mulheres), 57% iniciaram tratamento farmacológico, sendo o metilfenidato o fármaco mais comum. Os investigadores compararam indivíduos que começaram medicação até três meses após o diagnóstico com não medicados, avaliando resultados durante dois anos. Zheng Chang, autor principal do Karolinska Institutet, destacou que “a medicação reduz a impulsividade – diminuindo comportamentos agressivos – e melhora a atenção, prevenindo distrações perigosas”. O TDAH, que afeta 5% das crianças e 2,5% dos adultos globalmente, está ligado a elevado risco de consequências graves. Chang sublinhou que estes resultados “comprovam impactos clínicos e sociais críticos, relevantes para a prática clínica e debate público”. O estudo teve financiamento do Conselho Sueco de Investigação e da Forte, incluindo investigadores com colaborações anteriores com a indústria farmacêutica em projetos externos.
Referência: Publication: “ADHD drug treatment and risk of suicidal behaviors, substance misuse, accidental injuries, transport accidents, and criminality: emulation of target trials,” Le Zhang, Nanbo Zhu, Arvid Sjölander, Mikail Nourredine, Lin Li, Miguel Garcia-Argibay, Ralf Kuja-Halkola, Isabell Brikell, Paul Lichtenstein, Brian M D’Onofrio, Henrik Larsson, Samuele Cortese, Zheng Chang, BMJ, online August 13, 2025, doi: 10.1136/ bmj-2024‑083658
NR/HN/AlphaGalileo



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