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Uma equipa internacional liderada pela Fundação Champalimaud criou um algoritmo de inteligência artificial (IA) capaz de prever a malignidade de lesões da próstata apenas com imagens de ressonância magnética (RM), dispensando biópsias invasivas em 20% dos casos. O estudo, publicado na Radiology: Imaging Cancer, analisou cerca de 9.000 exames do arquivo ProstateNET – parte do projeto europeu ProCancer-I – e demonstrou que o modelo supera a escala PI-RADS em sensibilidade e especificidade.
José Almeida, especialista em IA e coautor do trabalho, explica: “O nosso modelo prevê se a biópsia será positiva diretamente a partir do diagnóstico radiológico, usando apenas dados disponíveis no momento do exame: imagens de RM, idade do paciente, valor de PSA, PI-RADS e localização da lesão”. Validado com dados retrospectivos (anteriores a março/2022) e prospectivos (incluindo informações inéditas do hospital grego Agios Savas), o algoritmo reduziu as biópsias em 22,7% face ao método convencional.
Nickolas Papanikolaou, líder do Grupo de Imagiologia Clínica Computacional da fundação e autor sénior, realça a robustez do sistema: “Testámos o modelo com múltiplas técnicas de RM e marcas de equipamentos, garantindo adaptabilidade clínica”. Contudo, o estudo alerta que o desempenho diminui quando a área analisada pela RM é excessivamente ampla ou quando se usam técnicas isoladas de aquisição de imagens.
Para implementação prática, a equipa defende a inclusão de dados como histórico familiar ou risco genético. Almeida adianta: “A ideia é validar esta abordagem de modo mais robusto. Grandes afirmações exigem grandes provas”.
Publicação científica:
https://pubs.rsna.org/doi/10.1148/rycan.240507
PR/HN


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