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A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) mobilizou mais de 400 operacionais e 100 viaturas para reforçar o apoio às operações de resposta aos incêndios que assolam o país, tendo ativado nos últimos dois dias mais quatro unidades de ‘rest space’.
Neste momento, estão operacionais duas destas áreas de descanso: uma em Meãs, Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, e outra no Fundão, distrito de Castelo Branco. Esta última unidade, com capacidade para albergar 250 operacionais em permanência, inclui um posto médico móvel para prestar os primeiros cuidados.
De acordo com o comunicado da instituição, entre domingo e segunda-feira foram ativadas outras duas unidades em Arganil e em Ponte das Três Entradas, Oliveira do Hospital, duas das zonas mais fortemente afetadas pelos fogos. Estas unidades já foram entretanto desmobilizadas.
Os ‘rest spaces’ funcionam como zonas de retaguarda nos teatros de operações, concebidas para “garantir condições dignas de descanso, higiene, alimentação, apoio psicossocial e recuperação física daqueles que estão diretamente envolvidos no combate aos incêndios”.
A CVP anunciou ainda uma parceria com a plataforma Glovo para apoiar a resposta humanitária. A partir de quarta-feira, os utilizadores da aplicação poderão fazer doações entrando no seu perfil, selecionando a opção “doações” e escolhendo o valor que pretendem contribuir.
Gonçalo Órfão, coordenador nacional de emergência da CVP, sublinhou a dureza do cenário atual. “O atual cenário de incêndios exige muito dos operacionais”, afirmou, acrescentando que a morte de um bombeiro em missão relembra “de forma dolorosa, os riscos diários para quem está na linha da frente de combate aos incêndios”.
Ao longo dos últimos dias, a CVP integrou 25 teatros de operações, numa operação que se mantém ativa e em crescimento. Foram registadas 85 ocorrências e realizadas 30 operações de evacuação preventivas, sempre em articulação com os restantes agentes de proteção civil.
No terreno, a resposta da instituição conta com 107 ambulâncias, 18 centros de coordenação móveis, 12 viaturas de logística, um posto médico móvel, uma viatura de comando, três Zonas de Apoio à População e os quatro ‘rest spaces’, dois dos quais ainda ativos.
A Sala de Crise Nacional (SALOP) mantém-se ativa 24 horas por dia, assim como 42 delegações da rede da Cruz Vermelha Portuguesa. A instituição dispõe ainda de uma equipa de drones para reforçar as operações de monitorização e apoio à decisão.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro. Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, para além de terem destruído habitações e áreas florestais. Até 19 de agosto, e segundo dados provisórios, arderam mais de 201 mil hectares, uma área superior à totalidade da área ardida em 2024.
NR/HN/Lusa



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