PS/Açores Exige Explicações por Atraso em Reembolsos de Medicamento

19 de Agosto 2025

O PS/Açores questionou o Governo Regional sobre o atraso no reembolso de medicamentos para a diabetes, como o Ozempic, e sensores de glicose. A oposição acusa o executivo de colocar doentes em risco ao obrigá-los a suportar custos elevados

O grupo parlamentar do PS/Açores entregou na Assembleia Legislativa da Região Autónoma um requerimento no qual pede esclarecimentos urgentes ao Governo Regional sobre o significativo atraso no processo de reembolso a utentes que beneficiam de medicamentos para a diabetes e sensores de glicose.

A deputada e líder parlamentar socialista, Andreia Cardoso, acusou o executivo açoriano de “ter colocado em risco centenas de doentes diabéticos, ao permitir a suspensão da comparticipação de sensores de glicose e de medicamentos essenciais, como o Ozempic e o Trulicity, entre os dias 08 e 18 de agosto”. A crítica foi avançada numa nota de imprensa divulgada pelo partido.

De acordo com a representante da oposição, esta falha do Governo dos Açores “obrigou muitos açorianos a suportar custos incomportáveis para a sua situação económica”, apesar de estes dispositivos e fármacos “deverem estar comparticipados, tal como acontece no continente e na Madeira”. Andreia Cardoso especificou que, sem comparticipação, os sensores de glicose podem custar mais de 50 euros, quando o valor com apoio deveria ser inferior a oito euros.

A parlamentar socialista atribuiu a situação à “falta de orientações atempadas do Governo Regional, ao contrário do que sucedeu na Madeira”, região onde “a aplicabilidade da portaria nacional foi imediatamente garantida” após a sua publicação.

No documento submetido ao parlamento, os socialistas não se limitam a pedir explicações sobre as razões que estiveram na origem do atraso. O partido pretende também que o Governo Regional dos Açores detalhe “a forma como será feito o reembolso dos utentes prejudicados” e exige garantias formais de que “situações semelhantes não se voltarão a repetir” no futuro.

NR/HN/Lusa

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