OMS ativa plano de urgência para travar doenças após cheias em Cabo Verde

22 de Agosto 2025

A OMS garantiu apoio de urgência a Cabo Verde após as cheias que causaram nove mortos, prevendo surtos de diarreias, infeções respiratórias e doenças transmitidas por mosquitos. A representante Ann Lindstrand anunciou envio de medicamentos e técnicos, em coordenação com o Governo e o sistema da ONU

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai reforçar de imediato a resposta sanitária em Cabo Verde após as cheias que atingiram as ilhas de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, provocando nove mortos e avultados prejuízos. Em visita a São Vicente, a nova representante da OMS no país, Ann Lindstrand, confirmou o envio de medicamentos e equipamentos, bem como o destacamento de técnicos para apoiar as autoridades nacionais.

Segundo Ann Lindstrand, há riscos acrescidos de diarreias, infeções respiratórias e doenças transmitidas por mosquitos no período pós‑inundação, pelo que está já em execução um plano de urgência para resposta rápida a cóleras e outras infeções diarreicas, alinhado com o Ministério da Saúde. A responsável sublinhou que a ajuda foca‑se também na segurança alimentar e no controlo vetorial, com ações para redução de criadouros e vigilância epidemiológica reforçada.

Depois de uma reunião em São Vicente com o ministro do Mar, Jorge Santos, e com a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela de Souza, Ann Lindstrand apelou a medidas preventivas ao nível doméstico: lavagem frequente das mãos, tratamento e proteção da água para consumo, bem como eliminação de águas paradas e larvas de mosquitos em cada casa.

Patrícia Portela de Souza reiterou o compromisso do sistema das Nações Unidas em apoiar a resposta do país, salientando que as chuvas “causaram prejuízos significativos” nas três ilhas. O objetivo é reforçar a assistência dos parceiros à resposta em curso, priorizando as pessoas e articulando dimensões social, económica e ambiental para restabelecer a normalidade.

As enxurradas, ocorridas há cerca de uma semana, inundaram bairros, destruíram estradas, casas, pontes e estabelecimentos comerciais, além de afetarem o abastecimento de energia. O ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, adiantou que permanecem dois desaparecidos, entre os quais uma mulher com perturbações mentais não vista desde a tempestade.

O Governo decretou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, no concelho do Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, aprovando um plano estratégico de resposta com apoios de emergência às famílias e às atividades económicas. Entre as medidas estão linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019 para resposta a catástrofes naturais e choques externos.

NR/HN/Lusa

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