Centro de Saúde Norton de Matos em Coimbra enfrenta graves problemas estruturais

25 de Agosto 2025

Unidade de saúde em Coimbra debate-se com problemas graves de infraestruturas que afetam utentes e profissionais. Projeto de ampliação previsto é considerado insuficiente pela CDU. Autarquia alega falta de verbas do Estado para realizar intervenções necessárias

O vereador da CDU na Câmara Municipal de Coimbra, Francisco Queirós, denunciou as condições precárias do Centro de Saúde Norton de Matos, alertando para problemas estruturais que comprometem o funcionamento da unidade de saúde.

Durante a reunião do executivo municipal, o autarca expôs um conjunto de deficiências que afetam as três unidades de saúde familiar e a unidade de cuidados na comunidade que integram o centro. Entre os problemas mais graves destacam-se a inexistência de climatização funcional na maioria das instalações, a falta de lavatórios em diversos gabinetes de enfermagem e a degradação generalizada de pisos e paredes.

Francisco Queirós salientou particularmente a situação crítica durante o período estival, com temperaturas interiores superiores às exteriores, criando condições de trabalho inadequadas. Esta situação já provocou episódios de mal-estar entre utentes e chegou a comprometer o armazenamento de vacinas.

O vereador comunista criticou ainda o projeto de ampliação em discussão, considerando-o insuficiente para resolver os problemas existentes. Na sua perspetiva, é necessária uma intervenção imediata nos edifícios atuais, independentemente da construção de novas instalações.

Em resposta às preocupações levantadas, o presidente da Câmara, José Manuel Silva, contextualizou a situação no âmbito da transferência de competências para o município. O autarca, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra, referiu que a autarquia herdou centros de saúde em estado degradado, sem dispor dos meios financeiros necessários para realizar as intervenções requeridas.

O presidente da Câmara sublinhou que o processo de descentralização transferiu responsabilidades sem o correspondente apoio financeiro, defendendo que compete ao Estado assegurar o financiamento adequado para a reabilitação das estruturas de saúde.

NR/HN/Lusa

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