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Uma investigação científica inovadora, publicada na revista Gastroenterology, revelou que os sentimentos de vergonha têm um papel determinante na redução da qualidade de vida de pessoas que sofrem de Distúrbios da Interação Intestino-Cérebro (DGBI).
A investigação, conduzida pela investigadora Inês Trindade na Universidade de Örebro (na imagem), em colaboração com investigadores da Universidade de Gotemburgo, liderados pelo Professor Magnus Simrén, envolveu mais de 2.400 participantes suecos, dos quais 537 apresentavam diagnóstico de DGBI.
O estudo analisou como os sintomas físicos, incluindo diarreia, obstipação, dor abdominal e inchaço, interagem com o bem-estar psicológico. Os resultados demonstraram que pessoas com níveis mais elevados de vergonha experienciam uma qualidade de vida significativamente inferior, mesmo quando apresentam sintomas de severidade idêntica a pessoas com níveis mais baixos de vergonha.
Inês Trindade sublinha que os problemas gastrointestinais são frequentemente percecionados como vergonhosos devido a atitudes sociais críticas, criando um estigma que pode levar os indivíduos a evitar situações sociais e a desenvolver condições psicológicas como depressão e ansiedade.
A investigadora destaca a importância da empatia e compaixão no tratamento destes doentes, afirmando que o reconhecimento da experiência do paciente e a demonstração de interesse genuíno são fundamentais para proporcionar apoio adequado, mesmo em consultas breves.
Este é o primeiro estudo a medir especificamente a vergonha como fator influenciador na relação entre distúrbios gastrointestinais crónicos e saúde mental, estabelecendo uma base científica para a importância da compaixão nos cuidados de saúde prestados a estes pacientes.
Referência: Implications of shame for patient reported outcomes in Bowel Disorders of Gut-Brain Interaction
Inês A. Trindade, Amanda Blomsten, Sanna Nybacka, Esther Colomier, Robert Sandberg, Åsa Frändemark, Hans Törnblom, Magnus Simrén
Gastroenterology aga
Published online August 19, 2025
DOI: 10.1053/j.gastro.2025.06.030
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