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Um surto de cólera que assola o campo de refugiados de Dougui, no leste do Chade, já vitimou 68 pessoas desde o final de julho, revelou o Ministério da Saúde chadiano. De acordo com Tadjadine Mahamat Allamamine, diretora de comunicação do ministério, foram registados 1.016 casos acumulados entre recuperados, mortos e hospitalizados.
A situação, que inicialmente reportava quatro mortos e 42 casos suspeitos em julho, deteriorou-se rapidamente. A região de Ouaddaï, onde se localiza o campo, acolhe aproximadamente meio milhão de refugiados que fugiram do conflito entre o Exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido, iniciado em abril de 2023.
A Organização das Nações Unidas manifestou preocupação com a rápida disseminação da doença, atribuindo-a ao influxo massivo de refugiados sudaneses para campos e aldeias nas zonas fronteiriças do Chade, onde vivem em condições precárias, sem acesso a saneamento básico ou água potável.
O Sudão, que enfrenta uma das piores crises de cólera a nível mundial, registou mais de 2.400 mortes no último ano, com 17 dos seus 18 estados afetados, segundo dados da Unicef. A situação enquadra-se num contexto mais amplo de surtos de cólera que afetam cerca de 20 países africanos desde o início do ano, incluindo a República Democrática do Congo e a Nigéria.
A cólera, doença diarreica aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae, manifesta-se após a ingestão de alimentos ou água contaminados. Apesar de tratável, pode ser fatal se não for atendida atempadamente, sendo particularmente perigosa em contextos de precariedade sanitária e escassez de água potável.
NR/HN/Lusa



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