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De acordo com informação avançada pelo Washington Post e pela AFP, instalou-se uma crise institucional no setor da saúde pública norte-americana após o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) ter anunciado, através da sua conta oficial na rede social X, que Susan Monarez deixou o cargo de diretora dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).
Segundo um comunicado dos advogados de Monarez enviado à AFP, a diretora “não renunciou nem recebeu notificação da Casa Branca sobre sua demissão”. Os representantes legais afirmam que “como uma pessoa íntegra e dedicada à ciência, ela não renunciará” e acusam o secretário Robert Kennedy Jr. de “usar a saúde pública como arma para ganho político e colocar em risco a vida de milhões de americanos”.
O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, confirmou à AFP que, “dado que Susan Monarez se recusou a renunciar, apesar de ter sido informada pela liderança do Departamento de Saúde sobre essa intenção, a Casa Branca a removeu do cargo no CDC”. Desai acrescentou que “como fica muito claro na declaração de seus advogados, Susan Monarez não está alinhada com a agenda do presidente de ‘Fazer os Estados Unidos voltarem a ser saudáveis'”.
A equipa legal de Monarez alega que a diretora do CDC foi atacada depois de “se recusar a aprovar diretrizes pouco científicas e imprudentes, e a demitir especialistas em saúde”. Fontes que falaram sob condição de anonimato confirmaram que Monarez foi pressionada por Kennedy Jr. a renunciar.
A nomeação de Monarez tinha sido confirmada pelo Senado a 29 de julho de 2025, tendo tomado posse a 31 de julho numa cerimónia conduzida pelo próprio secretário Kennedy Jr. Antes da sua nomeação oficial, Monarez já desempenhava o cargo de diretora interina do CDC desde janeiro, tendo anteriormente ocupado a posição de diretora-adjunta da Agência de Projetos de Investigação Avançada para a Saúde.
Em informação também confirmada pelo Washington Post, Monarez não foi a primeira escolha do Presidente Donald Trump para liderar a agência. Inicialmente, Trump tinha nomeado David Weldon, um ex-congressista da Florida e conhecido cético em relação às vacinas, que havia anteriormente apoiado teorias desacreditadas sobre vacinação. A Casa Branca acabou por retirar a nomeação de Weldon devido à incerteza em conseguir votos suficientes no Senado para a sua confirmação.
Desde que assumiu o cargo, Kennedy Jr. tem promovido uma reforma radical na política de vacinação dos Estados Unidos, implementando medidas baseadas no ceticismo que contradizem amplamente o consenso científico sobre a eficácia e segurança das vacinas.
PR/HN



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