O impacto financeiro do cancro infantil nas famílias portuguesas atingiu os 655 euros mensais em 2024, revelou a Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro. Este valor, que combina a redução de rendimentos com o aumento das despesas após o diagnóstico, foi divulgado no arranque do “setembro dourado”, mês dedicado à sensibilização para esta doença.
A associação aponta várias lacunas no atual sistema de apoios sociais, destacando a necessidade urgente de rever o valor da compensação salarial, atualmente fixada em 65% do rendimento anterior ao diagnóstico. Defende também a extensão da licença para ambos os cuidadores durante as fases mais críticas da doença e a eliminação do limite de dois Indexantes de Apoios Sociais, que consideram prejudicial para muitas famílias.
Os serviços de oncologia pediátrica portugueses enfrentam pressões significativas, com especial destaque para a escassez de profissionais especializados, comprometendo a qualidade do acompanhamento prestado a crianças e adolescentes. A Acreditar propõe uma reorganização do setor, seguindo modelos europeus bem-sucedidos, com foco em infraestruturas dedicadas e equipas multidisciplinares.
A situação dos adolescentes com cancro merece particular atenção, encontrando-se numa zona indefinida do sistema de saúde. A associação defende a implementação de programas de transição específicos para esta faixa etária, incluindo planos de cuidados personalizados e acompanhamento continuado.
No âmbito das comemorações do seu 30º aniversário e do mês de sensibilização, a Acreditar organizou um ciclo de conferências que decorrerá até 11 de outubro em Coimbra. O programa comemorativo culminará com um concerto de Sérgio Godinho, agendado para 25 de outubro, às 20:00, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa.
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