Malária mata 61 pessoas em Nampula no primeiro semestre de 2025

29 de Agosto 2025

Província moçambicana regista mais de 1,8 milhões de casos de malária nos primeiros seis meses de 2025, representando um aumento de 14,5% face ao período homólogo. Apesar do crescimento de infeções, o número de óbitos diminuiu 18,7%

A província de Nampula, no norte de Moçambique, registou 61 mortes por malária durante o primeiro semestre de 2025, revelam dados do Conselho dos Serviços Provinciais do Estado. Este número representa uma redução de 18,7% comparativamente ao mesmo período do ano anterior, quando se registaram 75 óbitos.

O número total de casos diagnosticados na província subiu para 1.804.445 nos primeiros seis meses deste ano, evidenciando um aumento de 14,5% face aos 1.576.516 casos contabilizados no período homólogo de 2024.

A malária mantém-se como a principal causa de procura dos serviços de saúde em Nampula, representando 97,9% dos casos de doenças de notificação obrigatória na província.

O cenário em Nampula enquadra-se num contexto nacional preocupante. Entre janeiro e maio de 2025, Moçambique registou 270 óbitos e mais de seis milhões de casos em todo o território. A província da Zambézia lidera as estatísticas nacionais com 1.482.969 casos, seguida por Nampula com 1.465.364, Sofala com 476.333 e Niassa com 459.857 casos.

Em 2024, a malária vitimou 358 pessoas em Moçambique, tendo sido registados mais de 11,5 milhões de casos e aproximadamente 67 mil internamentos.

Para combater a doença, as autoridades moçambicanas implementaram a utilização da vacina R21/Matrix-M, desenvolvida pela Universidade de Oxford e aprovada pela Organização Mundial da Saúde em outubro de 2024. Esta é a segunda vacina recomendada pela OMS para o combate à malária, após a aprovação da RTS,S/AS01 em 2021.

NR/HN/Lusa

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