Uma investigação internacional liderada pelo Dr. David Berg (na imagem), do Grupo de Estudo TIMI do Hospital Brigham and Women’s, em Boston, apresentou resultados significativos sobre o uso de inibidores SGLT2 em doentes hospitalizados com insuficiência cardíaca.

O ensaio clínico DAPA ACT HF-TIMI 68, que decorreu em 210 centros nos Estados Unidos, Canadá, Polónia, Hungria e República Checa, envolveu 2.401 doentes com uma idade média de 69 anos, sendo 33,9% mulheres. Os participantes foram divididos aleatoriamente para receber dapagliflozina 10 mg diários ou placebo.

O estudo revelou que 10,9% dos doentes no grupo da dapagliflozina e 12,7% no grupo placebo apresentaram o resultado primário combinado de morte cardiovascular ou agravamento da insuficiência cardíaca. A mortalidade por todas as causas ocorreu em 3,0% dos doentes no grupo da dapagliflozina, comparativamente a 4,5% no grupo placebo.

Uma meta-análise pré-especificada, que incluiu dados de outros inibidores SGLT2 (empagliflozina e sotagliflozina) em 3.527 doentes, demonstrou uma redução significativa do risco precoce de morte cardiovascular ou agravamento da insuficiência cardíaca, bem como da mortalidade por todas as causas.

Os efeitos secundários observados incluíram hipotensão sintomática em 3,6% dos doentes tratados com dapagliflozina (versus 2,2% no grupo placebo) e agravamento da função renal em 5,9% (versus 4,7% no grupo placebo).

Estes resultados foram apresentados numa sessão Hot Line do Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia 2025, em Madrid, contribuindo para o crescente corpo de evidência sobre a utilização de inibidores SGLT2 no tratamento da insuficiência cardíaca.