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O Partido Comunista Português (PCP) submeteu uma pergunta na Assembleia da República dirigida ao Ministério da Saúde, exigindo clarificações e soluções para os graves problemas estruturais que afectam o Centro de Saúde Norton de Matos, em Coimbra.
A iniciativa, da autoria da deputada Paula Santos e a que a Lusa teve acesso, descreve uma situação de profunda degradação nas instalações que albergam as unidades de Saúde Familiar (USF) Pulsar, Norton de Matos, Briosa e a Unidade de Cuidados na Comunidade Norton de Matos.
No documento, os comunistas questionam se o Governo tem conhecimento da “situação de fragilidade do edificado e falta de climatização” e que medidas pretende tomar para implementar uma solução de climatização eficaz. O PCP pergunta ainda se o Executivo “está a tomar medidas para a alocação de verbas necessárias para requalificação das instalações deste Centro de Saúde e para as suas obras urgentes”.
A exposição detalha uma extensa lista de deficiências: “não existe climatização funcional na maior parte das instalações, há uma ausência de lavatórios em vários gabinetes de enfermagem, o mobiliário e o equipamento terapêutico é desadequado, existem pisos e paredes degradadas, as janelas têm um isolamento deficiente, são adaptadas divisões para funções para as quais não foram concebidas fruto da falta de espaço e não existem planos de emergência”.
O partido salienta que, com a época estival, se registam “temperaturas interiores elevadíssimas, muitas vezes superiores às registadas no exterior, gerando assim um ambiente de sufoco térmico, degradando as condições de trabalho e o exercício clínico”. Estas condições são particularmente críticas para “utentes, muitos deles idosos, crianças, grávidas e pessoas com doenças crónicas”, problemas que “não se resolvem com a distribuição de ventoinhas”.
A situação já terá tido consequências graves, incluindo episódios de mal-estar entre utentes que necessitaram de intervenção clínica emergente no local, e falhas no sistema de refrigeração que resultaram na inutilização de vacinas armazenadas. O problema das infraestruturas foi agravado por graves inundações que atingiram as unidades em fevereiro.
O PCP alerta ainda que o projecto de ampliação previsto para aquela unidade não resolve os actuais problemas, uma vez que as novas instalações “não terão capacidade para albergar todas as unidades existentes” e não estão previstas intervenções nos actuais edifícios. “Deste modo, a solução estrutural futura não parece estar garantida nem contratualmente prevista”, rematam os comunistas na pergunta dirigida ao Ministério chefiado por Ana Paula Martins.
NR/HN/Lusa



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