Ministro da Saúde moçambicano quer menos médicos em cargos administrativos

11 de Setembro 2025

O ministro da Saúde moçambicano disse hoje que o país vai introduzir gestores hospitalares para reduzir o número de médicos na administração de hospitais, visando assegurar uma gestão mais eficiente dos "escassos recursos" disponíveis.

“Temos um sistema de saúde [com] escassos recursos, então temos que ver, com esses escassos recursos, colocarmos aquilo que é prioridade para o país”, disse Ussene Isse, durante a abertura de jornadas científicas do Instituto Superior de Ciências da Saúde (Iscisa), em Maputo.

Para o governante, a redução de médicos em cargos de gestão poderá também resolver o problema da falta de profissionais para o atendimento de pacientes.

“Queremos começar a reduzir médicos como diretores dos hospitais e dos centros da saúde, vamos introduzir essa inovação (…), colocar gestores hospitalares a dirigirem os hospitais”, afirmou o ministro da Saúde.

Por seu turno, o diretor-geral do Iscisa, Alexandre Manguele, avançou que, para garantir quadros preparados para responder às exigências do setor, aquela instituição de ensino superior vai introduzir um novo curso de gestão e logística em saúde, em 2026.

O Banco Mundial anunciou em 01 de setembro, 201 milhões de dólares (171,7 milhões de euros) para financiar programas de preparação e respostas a emergências no sistema de saúde em Moçambique.

“Esta iniciativa reflete o compromisso regional, global e nacional para que se invista nos sistemas de saúde e se invista na saúde dos moçambicanos (…). Este projeto é uma subvenção de 201 milhões de dólares [171,7 milhões de euros]”, disse o chefe dos Projetos da área de Saúde do Banco Mundial, João Pires, na mesma data.

O responsável falava em Maputo durante o lançamento do projeto “Preparação, Resposta e Resiliência para Emergências de Saúde”, financiado pelo Banco Mundial e que visa reforçar a resiliência do sistema de saúde moçambicano, promovendo uma melhor preparação e resposta multissetorial a emergências de saúde pública, incluindo surtos epidémicos e catástrofes naturais, avançou.

O fundo vai beneficiar 50 mil profissionais de saúde, segundo a instituição bancária, que espera que o mesmo seja “catalisador” da prestação de serviços de saúde de qualidade no país, reforçando o uso das plataformas digitais neste setor.

O financiamento anunciado tem o objetivo também de fornecer bolsas de estudos e subsídios para formação ao nível de doutoramento, mestrado, especializações e pós-graduação com a intenção de incentivar os profissionais de saúde para a formação e desenvolver habilidades na área de saúde digital.

lusa/HN

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