Patrícia Ferreira / UCC Amares da ULS Braga

A Segurança da Criança nos Serviços de Saúde: Um Compromisso de Todos

09/17/2025

A segurança do doente pediátrico é uma prioridade que deve mobilizar toda a comunidade, que exige atenção constante e ações coordenadas de toda a equipa de saúde, famílias e sociedade em geral. As crianças, por serem mais vulneráveis, merecem cuidados especiais que garantam não apenas a eficácia dos tratamentos, mas também a proteção contra erros e eventos adversos, através de medidas simples e eficazes, fundamentais para criar ambientes mais seguros e confiáveis.

Um dos pilares dessa segurança é a identificação inequívoca da criança. Cada criança deve ser claramente identificada por métodos como pulseiras de identificação com nome, data de nascimento e número de utente. Esta prática evita confusões e garante que o cuidado seja sempre direcionado à criança certa. Além disso, sempre que possível, envolver a criança no seu processo de identificação, promove uma maior compreensão e cooperação, contribuindo para um ambiente mais seguro.

Outro ponto crucial é a administração de medicamentos. Os erros podem acontecer, especialmente com nomes semelhantes de medicamentos ou medicamentos de alto risco. Por isso, é importante que os profissionais de saúde e os pais/ cuidadores verifiquem cuidadosamente cada medicamento e a sua dosagem, garantindo o seguimento das orientações de administração e conservação. Os pais/cuidadores nunca devem hesitar em perguntar e confirmar tudo, e esclarecer todas as duvidas que tenham, para que a criança receba exatamente o tratamento correto e seguro.

A comunicação eficaz entre profissionais, crianças e pais/cuidadores é outro aspeto vital. Explicar procedimentos de forma clara, confirmar informações e ouvir atentamente, ajudam a evitar mal-entendidos que podem comprometer a segurança da criança.

No que respeita ao controlo das infeções, importa saber que a correta higiene das mãos, apesar de ser uma medida muito simples, é extremamente eficaz na prevenção de complicações. Respeitar os cinco momentos de higiene das mãos e promover uma cultura de responsabilidade coletiva são passos essenciais para proteger as crianças.

Cuidar da segurança da criança é um compromisso coletivo de todos — profissionais de saúde, pais, cuidadores, e a própria criança. Ao estar atento, fazer questões e colaborar, os pais/cuidadores ajudam a criar um ambiente mais seguro. A participação ativa dos pais e cuidadores, aliada ao empenho dos profissionais de saúde, é o que transforma as instituições de saúde, em espaços seguros e humanizados.

Toda a comunidade deve estar atenta, a participar e a exigir qualidade e segurança nos cuidados prestados às nossas crianças. Investir em formação, comunicação e boas práticas é investir no futuro, garantindo que cada criança que chega aos serviços de saúde seja tratada com o respeito, a atenção e a proteção que merece.

Cada gesto de atenção, cada dúvida colocada, cada medida adotada faz a diferença na segurança das crianças nos serviços de saúde. Só assim garantimos que o cuidado prestado seja eficaz e seguro.

Porque proteger a saúde das nossas crianças é uma responsabilidade que não deve ser esquecida — é um compromisso de todos.

 

 

 

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