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Um estudo pioneiro da Universidade Metropolitana de Osaka (OMU) investigou os efeitos combinados do frio e da fadiga mental no desempenho de endurance, uma área até agora pouco explorada. A investigação, publicada no European Journal of Applied Physiology, conclui que esta combinação provoca um aumento da fadiga subjetiva que pode levar à diminuição do rendimento físico, com o sistema nervoso simpático (SAM) a desempenhar um papel fundamental.
A performance em desportos de resistência, como a corrida de longa distância ou o ciclismo, é influenciada por fatores termorreguladores e psicológicos. Embora temperaturas amenas, à volta de 10°C, possam por vezes melhorar o desempenho, o frio extremo é conhecido por prejudicar a função muscular e nervosa. Paralelamente, a fadiga mental, frequentemente resultante de pressão psicológica, reduz a motivação e aumenta a perceção de esforço.
A equipa, liderada pelo Professor Associado Daiki Imai do Centro de Investigação para Saúde e Desporto Urbano da OMU, submeteu nove homens jovens e saudáveis a uma condição experimental que combinou o arrefecimento corporal total com a indução de fadiga mental através de tarefas cognitivas exigentes (tarefa de cor palavras de Stroop). O objetivo foi avaliar a sua endurance durante o exercício subsequente, com um foco particular na fadiga subjetiva e nas respostas ao stress.
Os resultados revelaram que, apesar de não se ter registado uma diferença estatisticamente significativa no desempenho médio de endurance entre os diferentes cenários, uma análise individual demonstrou uma correlação clara: os participantes que reportaram um maior aumento da fadiga subjetiva foram os que apresentaram uma quebra mais acentuada no seu desempenho físico. A investigação sugere que este fenómeno está mais associado à ativação do sistema simpático-adrenal-medular (SAM) do que ao eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), que é tipicamente associado ao stress em ambientes quentes.
“Os resultados deste estudo fornecem uma base científica para estratégias de condicionamento efetivas para desportos de Inverno e para trabalhos realizados em ambientes frios”, afirmou o Professor Imai. “No futuro, pretendemos estabelecer métodos específicos para minimizar os efeitos do stress causado pelo frio e pela fadiga mental. Além disso, iremos investigar as características dos indivíduos mais susceptíveis a estes efeitos.”
Estas descobertas são relevantes para atletas, treinadores e profissionais que operam em condições climatéricas adversas, sublinhando a importância de estratégias integradas que preparem o corpo e a mente para desafios simultâneos.
O artigo completo, “Physically cold, mentally strained: Combined effects of body cooling and mental fatigue hinder endurance performance”, está disponível na European Journal of Applied Physiology: https://link.springer.com/article/10.1007/s00421-025-05863-4.
Bibliografia completa: Journal: European Journal of Applied Physiology
Title: Mental fatigue accompanied by whole‑body surface cooling is associated with the impairment of subsequent endurance exercise performance
DOI: 10.1007/s00421-025-05895-y
Author(s): Daiki Imai, Ryosuke Takeda, Eriko Kawai, Kosuke Saho, Akemi Ota, Emiko Morita, Yuta Suzuki, Hisayo Yokoyama, Kazunobu Okazaki
Publication date: 11 July 2025
URL: https://doi.org/10.1007/s00421-025-05895-y
NR/HN/AlphaGalileo



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