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Oito sociedades médicas portuguesas emitiram uma declaração conjunta a alertar para a importância crítica da vacinação sazonal contra a gripe e a covid-19, numa altura em que a campanha para o outono e inverno está prestes a iniciar-se. A vacinação arranca na terça-feira, 24 de setembro, estando disponível nas farmácias comunitárias e nas unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O objetivo central da iniciativa, que conta com o aval de especialistas de diversas áreas, é promover a adesão à vacinação entre as populações mais vulneráveis e desmistificar conceitos errados que persistem sobre a segurança e a eficácia das vacinas. Os grupos-alvo específicos identificados incluem pessoas entre os 60 e os 79 anos, indivíduos com comorbilidades, mulheres grávidas e profissionais de saúde.
As entidades subscritoras basearam as suas recomendações em dados epidemiológicos nacionais, que revelam que a população a partir dos 60/65 anos é a mais afetada pela gripe. Este grupo etário regista uma taxa média de hospitalização por vírus influenza de 26,5 por 100 mil habitantes, valor que contrasta com os 7,8 registados em pessoas com menos de 65 anos. A taxa de mortalidade hospitalar por gripe situa-se nos 9,5% para os idosos, agravando-se para 9,9% na presença de comorbilidades como doenças cardiovasculares ou respiratórias.
Perante estes números, as sociedades médicas enfatizam que a população sénior está em declínio imunológico. Por esse motivo, defendem que a administração de uma vacina contra a gripe com uma concentração de antigénio quatro vezes superior à dose padrão – a vacina de dose elevada – pode garantir uma proteção significativamente maior contra a infeção e suas complicações. De acordo com as suas projeções, cerca de 24,2% de casos adicionais de gripe poderiam ser evitados se esta estratégia vacinal fosse adotada para todos os cidadãos com 60 ou mais anos, em substituição da vacina de dose padrão.
A declaração conjunta, resultante das conclusões das reuniões de Consenso da Vacinação contra a Gripe, está disponível para consulta pública no portal da Plataforma Saúde em Diálogo. O documento é subscrito pela Fundação Portuguesa do Pulmão, pela Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas, e pelas sociedades científicas de Pneumologia, Diabetologia, Cardiologia, Geriatria e Gerontologia, Medicina Interna (através do seu Grupo de Estudo de Geriatria) e Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica.
A vacinação contra a gripe é gratuita para todas as crianças entre os seis e os 23 meses de idade. Globalmente, as associações recordam que a vacinação salva vidas, contribuindo para o aumento da esperança média de vida, com estimativas que indicam que cinco vidas são poupadas a cada minuto, em todo o mundo, graças a esta medida de saúde pública.
NR/HN/Lusa



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