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Angola está a intensificar as medidas de vigilância, prevenção e preparação para fazer face ao vírus Ébola, com especial atenção na província da Lunda Norte, que partilha uma extensa fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo), país que declarou um surto da doença. O anúncio foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com um comunicado da agência das Nações Unidas, uma missão multissetorial, integrando especialistas da Direção Nacional de Saúde Pública de Angola, do Instituto Nacional de Investigação em Saúde, da OMS e do UNICEF, deslocou-se aos postos fronteiriços de Tchissanda, Fortuna e Nachire. O objetivo passou por avaliar e apoiar a implementação de medidas de preparação pelas autoridades sanitárias locais e sensibilizar as comunidades sobre a doença, os seus sintomas, a importância de notificar atempadamente casos suspeitos e as formas de proteção.
A equipa conduziu ações de formação em domínios considerados críticos, nomeadamente a identificação da doença, a prevenção e controlo de infeções, a deteção ativa de casos, a vigilância epidemiológica nas comunidades e pontos de entrada, a colheita e transporte de amostras biológicas e a comunicação de risco, com estratégias para combater a desinformação. Nestas sessões participaram 140 profissionais, entre os quais trabalhadores de saúde, mobilizadores comunitários, polícias e agentes fronteiriços.
Eusébio Manuel, chefe do Departamento de Higiene e Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde de Angola, sublinhou, no comunicado, que a prioridade das autoridades de saúde é “garantir a deteção precoce, o tratamento adequado dos casos e, sobretudo, a proteção das nossas comunidades e dos profissionais de saúde na linha da frente”. Afirmou ainda que o ministério está “firmemente empenhado” em reforçar a resposta nacional contra o Ébola.
Paralelamente, mais de 150 figuras influentes, incluindo líderes tradicionais e religiosos, parteiras, caçadores e curandeiros de cinco municípios da Lunda Norte, participaram em atividades de preparação. Estas iniciativas visaram reforçar a confiança no seio das comunidades e harmonizar a resposta local com os planos municipais de contingência, assegurando uma ação coordenada e eficaz perante uma possível importação de casos.
A OMS classifica o risco para a saúde pública representado pelo surto na RDCongo como elevado a nível nacional, moderado a nível regional e baixo a nível global. A organização informa que está a colaborar com as autoridades de dez países vizinhos da RDCongo, considerados prioritários, para dar início a avaliações de preparação e ao planeamento de contingência.
NR/HN/Lusa



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