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A epidemia de cólera no Sudão resultou em mais de três mil mortes durante os últimos catorze meses de guerra civil, de acordo com um balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O surto, que começou no estado de Kassala em julho de 2024, alastrou-se já a todos os 18 estados do país.
A representante adjunta da OMS no Sudão, Hala Khudari, confirmou que a organização lançou uma campanha de vacinação no estado de Darfur do Norte, destinada a proteger 406 mil pessoas. Esta iniciativa surge “à medida que os casos de cólera no Darfur continuam a aumentar a um ritmo alarmante, com uma taxa de mortalidade alarmante, para ser mais específica”, explicou Khudari.
Os dados mais recentes, referentes até ao passado domingo, indicam que apenas na região de Darfur foram registados aproximadamente 12.739 casos e 358 óbitos, afetando mais de metade das suas localidades. A doença atingiu o Darfur em maio último. “Os casos registados no Darfur continuam a aumentar num momento de severas restrições de acesso, que estão a impedir a resposta necessária”, acrescentou a representante da OMS em declarações à imprensa.
O conflito armado entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), que eclodiu em Cartum em abril de 2023, espalhou-se pelo território nacional. A guerra é responsável pela morte de pelo menos 40 mil pessoas e pelo deslocamento de cerca de 12 milhões, segundo as Nações Unidas. As partes em confronto têm sido acusadas de cometer atrocidades, incluindo execuções extrajudiciais e violência sexual.
A combinação do conflito com os movimentos massivos de população levou ao colapso dos serviços básicos, limitando drasticamente o acesso a água potável, alimentos e cuidados de saúde, o que cria condições ideais para a propagação de doenças como a cólera. No total, o país contabiliza mais de 113.600 casos de cólera, com uma taxa de letalidade de 2,7%.
NR/HN/Lusa



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