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Angola registou um total de 6.472 casos de sarampo desde o início de 2025 até à data, de acordo com informações avançadas pela coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Alda de Sousa. As províncias de Luanda, Uíje, Bié e Lunda Sul concentram a maior incidência da doença, embora todas as regiões do país reportem ocorrências.
Em declarações à Rádio Nacional de Angola, Alda de Sousa confirmou que a cobertura da vacinação de rotina contra o sarampo se situa atualmente acima de 70%, existindo um plano para elevar esta taxa. Como medida de contenção, estão a ser implementadas campanhas de vacinação de bloqueio nas áreas com casos confirmados laboratorialmente.
A responsável identificou como principal obstáculo a existência de tabus enraizados na população. “Muitos pais, sobretudo na área periurbana rural, pensam que as crianças obrigatoriamente têm que adoecer com sarampo”, afirmou. Alda de Sousa descreveu práticas como a promoção do contacto entre crianças para contrair a doença mais cedo, bem como o recurso a tratamentos caseiros, como vestir a criança com roupa vermelha ou amarrar uma fita vermelha no pulso, adiando a ida ao hospital até a situação se agravar.
O surto de sarampo em Angola já tinha sido reportado em julho pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no país, que alertou para uma média diária de oito internamentos no Hospital Pediátrico do Sumbe, na província do Cuanza Sul. A OMS classifica o sarampo como uma doença viral altamente contagiosa, passível de provocar complicações graves e morte, especialmente em contextos de baixa cobertura vacinal.
NR/HN/Lusa



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