Portugal e parceiros pressionam Israel por corredor médico para Gaza

25 de Setembro 2025

Lisboa junta-se a quase 30 países para exigir de Israel a reabertura de um corredor que permita a evacuação de doentes graves de Gaza para a Cisjordânia. Os signatários oferecem apoio financeiro e logístico, com Portugal a prometer uma contribuição ativa

Num apelo conjunto, Portugal e outros 28 países, incluindo a maioria dos Estados-membros da União Europeia, o Canadá e a Comissão Europeia, exigiram esta terça-feira que Israel permita a reinstauração de evacuações médicas da Faixa de Gaza para a Cisjordânia. A declaração, que conta com a assinatura do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, surge num contexto de colapso do sistema de saúde no território palestiniano e representa um esforço diplomático para aliviar a crise humanitária.

O documento, divulgado publicamente, apela “veementemente a Israel para que restaure o corredor médico para a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental”. O objetivo passa por viabilizar que os pacientes gazenses com casos mais graves “possam receber o tratamento de que necessitam urgentemente em território palestiniano”. Os subscritores não se ficam, contudo, pelo apelo. No mesmo texto, colocam-se à disposição para suportar a iniciativa através de “contribuições financeiras, disponibilização de pessoal médico ou equipamento necessário”.

A posição portuguesa foi reforçada numa mensagem publicada na rede social X pelo chefe da diplomacia, Paulo Rangel. O ministro confirmou a subscrição da declaração e, num tom de compromisso firme, adiantou que “Portugal vai contribuir ativamente para este programa humanitário de proteção da saúde e de salvamento de vidas humanas”. A declaração não especifica, no entanto, a natureza concreta dessa contribuição, seja em valor, meios humanos ou materiais.

Para além do corredor médico, os países signatários pressionam as autoridades israelitas no sentido de “levantarem as restrições à entrega de medicamentos e equipamentos médicos a Gaza”. Este ponto é fundamentado nas “obrigações de Israel ao abrigo do direito internacional, incluindo o Direito internacional humanitário”. A coalizão internacional pede ainda que Israel garanta condições de trabalho seguras para o pessoal humanitário da ONU e de outras organizações, assegurando a sua proteção e a passagem sem entraves de equipamentos e suprimentos.

A lista de signatários inclui os titulares dos Negócios Estrangeiros de potências europeias como França, Alemanha e Reino Unido, assim como representantes de países com tradição em diplomacia neutral, como a Suíça. A declaração é também subscrita pela comissária europeia para a Igualdade, Helena Dalli, e pelos ministros da Cooperação para o Desenvolvimento da Finlândia e dos Países Baixos, refletindo uma convergência rara de posições face a uma crise humanitária de proporções históricas.

NR/HN/Lusa

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