Doação de 1,5 milhões canalizada para a Oitava Reposição do Fundo Global

26 de Setembro 2025

Portugal anunciou esta quinta-feira, em Nova Iorque, uma doação de 1,5 milhões de euros ao Fundo Global. O montante, partilhado entre Saúde e Negócios Estrangeiros, visa acelerar o combate a três doenças infeciosas e reforçar sistemas de saúde em países lusófonos

Portugal vai entregar 1,5 milhões de euros ao Fundo Global de Luta contra a SIDA, Tuberculose e Malária, no âmbito da sua Oitava Reposição. O anúncio foi feito a 26 de setembro, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, com a presença da secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Ana Isabel Xavier, e da secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.

Do total doado, 900 mil euros são garantidos pelo Ministério da Saúde, enquanto os restantes 600 mil euros ficam a cargo da pasta dos Negócios Estrangeiros. Este reforço financeiro surge numa altura em que a organização internacional, com a qual Portugal mantém uma parceria de longa data, intensifica esforços para travar estas três pandemias, sobretudo em países de língua oficial portuguesa.

“Portugal está ao lado do Fundo Global, sublinhando o nosso compromisso com a cooperação multilateral, a solidariedade global e a construção de um mundo onde ninguém é deixado para trás”, afirmou Ana Isabel Xavier. Já Ana Povo vincou que “ao investir na saúde, investimos na dignidade humana, na justiça social e no desenvolvimento sustentável, construindo um mundo mais justo e resiliente para todos”.

Desde 2002, o Fundo Global conta com o apoio português e, nesse período, contribuiu para salvar cerca de 3,3 milhões de vidas. Só nos PALOP e em Timor-Leste, 2,2 milhões de pessoas receberam tratamento antirretroviral para o VIH e mais de 200 mil foram tratadas de tuberculose. Em 2024, a organização distribuiu quase 2,3 milhões de redes mosquiteiras tratadas com inseticida nestes territórios.

Para além do financiamento, Portugal assegura também apoio técnico a nações lusófonas, onde a falta de profissionais de saúde que falem português se faz sentir de forma aguda. O Instituto Camões, sob tutela dos Negócios Estrangeiros, gere a participação nacional no Fundo Global, funcionando como elo de ligação e garantindo que a ajuda chega onde é mais necessária.

A verdade é que, por detrás dos números, estão histórias que se multiplicam em famílias e comunidades inteiras. Cada vida salva ou infeção evitada tem um impacto que extravasa a estatística – algo que Lisboa parece compreender, mantendo o seu lugar na linha da frente da saúde global, mesmo quando outras prioridades poderiam desviar a atenção.

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