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Portugal viu o seu percurso na prevenção e controlo da obesidade reconhecido com um galardão internacional. O país foi distinguido pela Task Force das Nações Unidas e pela Organização Mundial de Saúde, que atribuíram o prémio 2025 ao programa nacional. O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde, que na sua comunicação salientou o caráter “pioneiro” do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos dez anos.
A distinção, especifica o Governo, é o Task Force Award do Departamento das Nações Unidas para a Prevenção e Controlo das Doenças não Transmissíveis. Este ano, o foco recaiu precisamente na luta contra a obesidade, um problema de saúde pública que tem mobilizado esforços a nível global. O prémio não é uma mera formalidade; sinaliza, segundo as palavras do comunicado oficial, o compromisso de Portugal com a saúde pública e a capacidade demonstrada para agitar diferentes setores da sociedade numa frente comum. O objetivo traçado foi sempre o de transformar os ambientes alimentares, blindando sobretudo as crianças dos apelos ao consumo de produtos menos saudáveis.
A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, recebeu fisicamente o prémio na quinta-feira em Nova Iorque, num evento paralelo à 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas. A cerimónia serviu de palco para projectar internacionalmente um conjunto de medidas que, lá dentro de portas, por vezes geraram controvérsia. O Ministério da Saúde não esquece esses passos dados: a legislação de 2019 que travou a publicidade de alimentos com excesso de sal, açúcar e gordura dirigida a menores, a introdução da taxa sobre refrigerantes e outras bebidas açucaradas, ou as regras para a oferta alimentar em escolas e instituições públicas. A isto junta-se o acordo nacional que empurrou a indústria para a reformulação silenciosa de produtos, reduzindo-lhes os ingredientes mais nefastos.
Para além do plano interno, o país também foi apontado pelo seu “papel de liderança” em fóruns europeus e internacionais. Desde 2016 que coordena a Rede Europeia de Ação da OMS, um mecanismo desenhado para diminuir a pressão do marketing alimentar sobre o público infantil, e tem estado envolvido noutras redes de combate à obesidade. Esta projeção externa, de certa forma, consolida a estratégia adoptada internamente.
Lançados em 2018, os prémios da UNIATF visam premiar a excelência de ações multissetoriais que contribuam para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ligados às doenças crónicas. O reconhecimento chega num momento em que a obesidade continua a desafiar os sistemas de saúde um pouco por todo o mundo, e a estratégia portuguesa, com os seus acertos e desacertos, é agora apontada como um exemplo a seguir.
NR/HN/Lusa



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