Inês de Sousa Real: “Ana Paula Martins já não tem condições para continuar no cargo”

28 de Setembro 2025

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, considerou hoje que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, já devia ter saído do Governo, na sequência dos casos envolvendo mortes de pessoas, lembrando que a ex-governante Marta Temido saiu "por muito menos"

“No entender do PAN, a ministra da Saúde já há muito tempo que não tinha condições para continuar neste cargo. Eu recordo que Marta Temido [ex-ministra da Saúde do governo PS], por muito menos – e não menosprezo aquilo que é a vida de uma pessoa – demitiu-se”, disse aos jornalistas em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), onde participou num comício da candidatura de João Paulo Correia (PS) à câmara municipal, que o PAN apoia.

Para a deputada única do PAN, “estes sucessivos casos, não só da morte de duas crianças, de dois bebés, mas também de outras mortes que ocorreram, resultaram claras do relatório da IGAS [Inspeção-Geral das Atividades em Saúde], e agora mais recentemente esta pessoa que ficou esquecida, devia levar à responsabilização da própria e à sua demissão”.

“Continuarmos a ter grávidas que continuam a ter os seus filhos em ambulâncias, termos pessoas esquecidas nos hospitais que morrem ao fim de sete horas, isto é absolutamente inadmissível num país do século XXI, e é por isso mesmo que o PAN defende alternativas e que entende que Luís Montenegro deve assumir também as suas responsabilidades políticas”.

Na sexta-feira, sobre a conclusão da IGAS, que relaciona a morte de um homem em Mogadouro, Bragança, com a greve do INEM, o Presidente da República afirmou que a multiplicação de casos cria uma “ideia difusa de que as coisas não estão a correr bem” e exige um “grande desgaste” à ministra da Saúde.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “vale a pena olhar para o conjunto” de casos e “retirar algumas conclusões” e, por isso, é que prometeu falar sobre a situação na saúde do país nas próximas semanas.

Questionado sobre se a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, deve tirar consequências políticas, o Presidente da República disse apenas que, quando vão surgindo falhas na resposta do sistema de saúde, “quem aparece a explicar não é um porta-voz do Ministério, não é um porta-voz do Instituto”, mas sim a ministra, sem entrar em mais detalhes.

“Eu estou a verificar isso, mas depois direi como é que vejo globalmente o programa de fundo que existe e como é que ele talvez deva ser resolvido”, concluiu.

lusa/HN

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