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Os doentes classificados como urgentes no serviço de urgência geral do Hospital Amadora-Sintra confrontavam-se esta manhã com um tempo de espera superior a dezasseis horas. A informação, conste no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e consultada pela Lusa pelas 11:30, revelava um panorama crítico para os portadores da pulseira amarela, com um tempo máximo para primeira observação a fixar-se em 16 horas e 01 minuto.
A situação para os casos pouco urgentes, identificados com pulseira verde, não era mais animadora, rondando as 18 horas de espera. Em contraste flagrante, os doentes de muito urgente, a quem é atribuída a pulseira laranja, aguardavam por ser observados em apenas seis minutos, um valor dentro dos parâmetros recomendados. No momento da consulta dos dados, a urgência geral do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca contabilizava 51 indivíduos, sendo a esmagadora maioria enquadrada nas categorias de menor prioridade. Os serviços de obstetrícia/ginecologia e de pediatria não registavam atrasos significativos.
Este cenário de sobrecarga não é novidade para a unidade hospitalar. Já no primeiro trimestre do ano, a Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra havia aderido ao projecto “Ligue Antes, Salve Vidas”, uma iniciativa que visa precisamente aliviar o afluxo desmedido aos serviços de urgência através do encaminhamento prévio via Linha SNS24. Na altura dos lançamentos, era público que aproximadamente 55% dos atendimentos no hospital se situavam nas franjas do não urgente ou pouco urgente, um lastro que continua a condicionar severamente o funcionamento daquele sector.
Pelo protocolo de triagem em vigor, os casos de muito urgente devem ser observados em dez minutos, os urgentes no espaço de uma hora e os pouco urgentes em até 120 minutos. Os números de hoje, contudo, desenham uma realidade operacional distante desses referenciais, ilustrando o atrito crónico entre a teoria da triagem e a prática quotidiana nas urgências do SNS.
NR/HN/Lusa



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