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A campanha de vacinação sazonal arrancou com um ritmo que surpreendeu os próprios organizadores. De 23 a 28 de setembro, um total de 287.486 pessoas protegeu-se contra a gripe e a covid-19, num arranque que parece confirmar a tendência de descentralização do ato vacinal para as farmácias comunitárias. Estes estabelecimentos foram responsáveis pela administração de mais de 55% do total de vacinas, um dado que ilustra uma mudança de hábitos nos cuidados de saúde primários.
Contra a gripe, foram imunizadas 182.222 pessoas. Deste universo, 100.240 optaram por se deslocar a uma farmácia, enquanto 81.925 escolheram os tradicionais centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Já no que toca à covid-19, as farmácias também levaram a dianteira, vacinando 58.169 dos 105.264 cidadãos que receberam a sua dose de reforço. Os restantes 47.095 fizeram-no no SNS.
Este ano, a novidade salta para as famílias com crianças mais pequenas. A vacina contra a gripe é agora gratuita para todas as crianças entre os 6 e os 23 meses, estendendo-se também, com comparticipação, às que têm entre 2 e 5 anos de idade. Uma alteração que a Direção-Geral da Saúde (DGS) espera que aumente a proteção num grupo etário particularmente vulnerável aos vírus respiratórios.
Os números preliminares, contudo, desenham um retrato sociodemográfico curioso. Os cidadãos com 85 ou mais anos, para quem está reservada uma vacina contra a gripe com dose reforçada, são de longe os que mostraram maior empenho. Quase 8% desta faixa etária (26.625 pessoas) já se vacinou contra a gripe, e 5,61% (18.721) contra a covid-19. São taxas de cobertura que deixam os técnicos da DGS a esfregar as mãos de satisfação.
Em contrapartida, o grupo dos 60 aos 69 anos parece andar mais relutante. Apenas 3,61% (46.898 pessoas) receberam a vacina da gripe, e uma percentagem ainda mais baixa, 2% (25.959), protegeu-se contra a covid-19. Estes números colocam esta faixa etária no fundo da tabela de adesão, um puzzle que os responsáveis de saúde pública terão de tentar resolver nos próximos meses.
A campanha, que decorre sob o lema “Vacine-se e proteja os momentos mais importantes”, prolonga-se até 30 de abril de 2026. A ambição da DGS é conseguir vacinar cerca de 2,5 milhões de pessoas contra a gripe e 1,5 milhão contra a covid-19 antes do Natal, metas que, a manter-se este ímpeto inicial, parecem perfeitamente ao alcance.
NR/HN/Lusa



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