Mais de 1.550 idosos vítimas de crime apoiados pela APAV até agosto

1 de Outubro 2025

Mais de 1.550 idosos vítimas de crime foram apoiados nos primeiros oito meses do ano pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), correspondendo a 2.861 crimes, revelou a instituição.

Num comunicado divulgado no Dia Internacional das Pessoas Idosas, que hoje se assinala, a APAV diz que, em média, cada idoso foi vítima de dois crimes em simultâneo e que mais de metade (53,9%) dos que foram apoiados eram novas vítimas. Os restantes já estavam a ser acompanhados pela associação.

Três em cada quatro vítimas são mulheres e a faixa etária mais representada é entre os 65 e os 74 anos, com maior incidência nos grupos dos 65-69 anos (434 pessoas) e 70-74 anos (350 pessoas).

A violência doméstica representa 81% dos casos, seguida de crimes como ameaça/coação, burla e ofensas à integridade física.

Quanto ao perfil dos agressores, 57,8% são homens. Os dados indicam ainda que em um em cada três casos (33,5%) os agressores são filhos ou filhas das vítimas.

A violência ocorre maioritariamente na residência comum (53,9%) ou na casa da vítima (28,1%), indicam os dados da APAV.

A associação recorda que estes crimes afetam pessoas idosas em todo o país, lembrando que, entre janeiro e agosto, apoiou vítimas em 175 (56,8%) dos 308 municípios portugueses.

O distrito com maior número de vítimas apoiadas foi Lisboa (325), seguido de Braga (251), Faro (211), Porto (187), Setúbal (150), Vila Real (68), Santarém (58) e Coimbra (45). Nos Açores foram apoiadas 49 pessoas e na Madeira sete.

Os dados vão ser hoje apresentados no Seminário final do projeto “Portugal Mais Velho”, que decorre em Lisboa e reúne especialistas, decisores e representantes da sociedade civil para debater os desafios do envelhecimento e a necessidade de prevenir e combater a violência contra pessoas idosas.

Também hoje, a APAV vai lançar uma nova campanha nacional de sensibilização, que pretende alertar para as várias formas de violência contra pessoas idosas e reforçar a cultura de respeito, proteção e solidariedade entre gerações.

lusa/HN

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