Avanço na cobertura de médico de família no Nordeste com novas USF

2 de Outubro 2025

A Unidade Local de Saúde do Nordeste atingiu uma taxa de 98,4% de utentes com médico de família atribuído, após a abertura de 11 Unidades de Saúde Familiar no distrito de Bragança desde dezembro de 2023. O modelo, assente em equipas multidisciplinares, reforça a proximidade e a continuidade dos cuidados

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste tem vindo a expandir significativamente a rede de Unidades de Saúde Familiar (USF) no distrito de Bragança, um esforço que já permitiu elevar para 98,4% a percentagem de utentes com médico de família atribuído. A estratégia, enquadrada na reorganização dos Cuidados de Saúde Primários, foca-se na integração de serviços e na atuação em proximidade, respondendo de forma mais direta às necessidades da população.

Desde o arranque da primeira USF em dezembro de 2023 – a USF Tua Saúde, em Mirandela –, seguiram-se mais dez unidades. Só em 2024, entraram em funcionamento cinco: USF Viver Vinhais, USF Trindade Coelho, USF Entre Serras, USF Montesinho e USF D’Ouro Saúde. Já em 2025, foram inauguradas as USF Miguel Torga, USF Terras de Cavaleiros, USF Mirandela, USF Entre Douro e Tua e USF Saúde de Ferro, cobrindo concelhos como Macedo de Cavaleiros, Carrazeda de Ansiães e Torre de Moncorvo.

Este movimento não se limita a aumentar o número de estruturas. As USF representam hoje 65% das unidades funcionais dos Centros de Saúde do distrito, um sinal claro da aposta neste modelo, que assenta em equipas voluntariamente constituídas por médicos, enfermeiros e secretários clínicos. Estes profissionais trabalham com autonomia funcional e técnica, sendo a sua remuneração parcialmente vinculada ao desempenho, o que, segundo a ULS, valoriza o empenho e incentiva a qualidade.

A integração nas USF é feita de forma natural, sem que os utentes tenham de mudar de Centro de Saúde. Mantêm o mesmo local de acompanhamento, mas passam a dispor de uma equipa fixa, assegurando continuidade nos cuidados. O modelo privilegia o trabalho multidisciplinar e o acolhimento centrado na pessoa, com impacto visível nos indicadores de saúde e bem-estar.

A ULS do Nordeste sublinha que este caminho reflete o empenho dos profissionais no terreno, que abraçaram o desafio de constituir as equipas e de melhorar, dia a dia, a resposta assistencial. Sem alardes, mas com resultados concretos, o Nordeste conseguiu assim aproximar a população de um serviço de saúde mais acessível e consistente, reduzindo o número de pessoas sem médico atribuído a uma franja residual.

A expansão das USF no distrito de Bragança ilustra uma mudança de paradigma nos cuidados primários, onde a proximidade e a organização humana ganham novo fôlego. E, para milhares de utentes, isso traduz-se numa coisa simples: ter, finalmente, um rosto que os acompanha.

PR/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SIM defende transição faseada para vínculos estáveis no SNS

O Sindicato Independente dos Médicos afasta a possibilidade de convocar uma greve sobre o regime dos tarefeiros, reconhecendo o seu papel no SNS. A estrutura sindical alerta, no entanto, para o precedente perigoso de negociar com estes prestadores sem enquadramento legal, defendendo antes medidas que tornem a carreira hospitalar mais atrativa face a uma despesa que ronda os 300 milhões de euros anuais

Tempestade Cláudia obriga a medidas de precaução na Madeira

A depressão Cláudia, estacionária a sudoeste das ilhas britânicas, vai afetar o arquipélago da Madeira com ventos fortes, aguaceiros e agitação marítima significativa. As autoridades regionais de Proteção Civil emitiram recomendações para minimizar riscos, incluindo a desobstrução de sistemas de drenagem e evitar zonas costeiras e arborizadas

Carina de Sousa Raposo: “Tratar a dor é investir em dignidade humana, produtividade e economia social”

No Dia Nacional de Luta contra a Dor, a Health News conversou em exclusivo com Carina de Sousa Raposo, do Comité Executivo da SIP PT. Com 37% da população adulta a viver com dor crónica, o balanço do seu reconhecimento em Portugal é ambíguo: fomos pioneiros, mas a resposta atual permanece fragmentada. A campanha “Juntos pela Mudança” exige um Plano Nacional com metas, financiamento e uma visão interministerial. O principal obstáculo? A invisibilidade institucional da dor. Tratá-la é investir em dignidade humana, produtividade e economia social

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights