Europa regista quase 1900 focos de gripe aviária em doze meses

2 de Outubro 2025

Entre outubro de 2024 e setembro de 2025, a Europa contabilizou 1.876 focos de gripe das aves. Portugal registou 27 ocorrências, cinco das quais apenas no último mês, num cenário que mantém as autoridades em alerta.

Um total de 1.876 focos de gripe das aves foi detetado no espaço europeu entre 1 de outubro de 2024 e 19 de setembro de 2025, segundo a compilação de dados efetuada pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) de Portugal. A esmagadora maioria dos casos, 1.159 para ser exacto, ocorreu em populações de aves selvagens, que funcionam como vetor silvestre da doença.

O restante surto distribuiu-se de forma menos equilibrada: 563 focos em explorações de aves de capoeira e outros 154 em aves mantidas em cativeiro. A geografia do vírus desenha um arco que tem na Hungria o seu epicentro incontestável, com 343 ocorrências. Seguem-se a Alemanha, com 279, os Países Baixos, com 234, a Polónia, com 208, e a Itália, com 152 focos reportados.

Portugal não escapou à circulação do vírus, somando 27 focos no período em análise. Contudo, o dado mais recente – relativo ao último mês – revela uma certa aceleração, com cinco novos casos confirmados no território nacional. Nesse recorte temporal, a península Ibérica sobressai, já que Espanha liderou com expressivos 32 focos, um pico que levantou algumas interrogações entre os peritos. A Noruega surgiu a seguir, com 24.

A autoridade veterinária nacional confirmou a situação, realçando que a monitorização se mantém intensiva. A verdade é que o vírus teima em não dar tréguas, embora a sua transmissão para os humanos continue a ser um fenómeno raro e pontual a nível global. Quando tal acontece, porém, as consequências podem ser clinicamente severas, um lembrete das imprevisibilidades que este patogénio ainda encerra.

NR/HN/Lusa

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