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A sombra do cancro do fígado alonga-se sobre mais de mil e quinhentos portugueses a cada ano que passa. O número, divulgado pela Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF), espelha uma incidência que teima em crescer no país, justificando uma campanha nacional de consciencialização que arranca precisamente agora, no Mês da Consciencialização para o Cancro do Fígado. A iniciativa, que desaguará nas redes sociais da APEF, navega sob o mote “A prevenção faz o Fígado”.
Em declarações, a direção da associação sublinhou o carácter silencioso da patologia, uma dessas maleitas que se insinua sem dar grandes mostras da sua presença até que o quadro clinico avança para territórios de maior gravidade. “Com esta iniciativa, pretendemos alertar a população para a importância de prevenir, detetar e tratar esta doença silenciosa, muitas vezes sem sintomas até aos estadios avançados e que é fatal se não for diagnosticada a tempo”, explicou a APEF. O aviso não é novo, mas a teimosia dos números impõe que se repita.
O cerne da questão, insistem os especialistas, reside no facto de a esmagadora maioria dos fatores de risco serem, na verdade, comportamentos modificáveis. A batalha, portanto, pode ser ganha no terreno da vontade. “Aposte na prevenção: mantenha uma alimentação equilibrada e completa em nutrientes, evite ou reduza o consumo de açúcares adicionados, bebidas alcoólicas, tabaco e refeições ricas em gorduras saturadas, pratique atividade física regularmente, vacine-se contra a hepatite B, evite comportamentos de risco, sexuais ou outros. Proteja a saúde do seu fígado”, descreveu a direção da associação, traçando um mapa para escapar à ameaça.
A esmagadora maioria dos diagnósticos, mais de 90% para ser exato, recai sobre o Carcinoma Hepatocelular. Este, por sua vez, não surge do nada. A sua aparição está quase sempre ligada a um terreno já minado por outras doenças hepáticas, como o fígado gordo ou as hepatites virais, condições que muitas vezes evoluíram para um estado de cirrose. É por isso que o fio condutor da vigilância se impõe. A APEF defende que todos os doentes com historial hepático devem ser acompanhados de perto pelo seu médico. Para aqueles que se enquadram em grupos de risco, a recomendação passa por um rastreio regular, estabelecido através de ecografias abdominais de seis em seis meses.
A mensagem final é clara e apela a uma mudança de mentalidades: travar as doenças do fígado na sua origem é, de longe, a estratégia mais eficaz para cortar o passo ao cancro.
Para mais informações sobre o Cancro do Fígado, consulte o seguinte link: https://apef.com.pt/das-idas-regulares-ao-medico-aos-rastreios-a-prevencao-do-cancro-do-figado-erradica-a-mortalidade/



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